O presidente da Conferência Episcopal alemã considerou nesta segunda-feira que a Igreja Católica “fracassou” ao não reagir adequadamente aos casos de abusos sexuais cometidos por padres.

“Sabemos que fracassamos”, afirmou Robert Zollitsch em uma entrevista coletiva à imprensa na abertura da assembleia de outono (hemisfério norte) dos bispos alemães em Fulda (oeste). “Demoramos demais para reconhecer” o que ocorreu, acrescentou.

Os abusos sexuais cometidos por padres “comprometem gravemente a credibilidade das autoridades da Igreja”, afirmou o papa Bento 16 no domingo (19) em Birmingham, antes de concluir sua visita ao Reino Unido, referindo-se mais uma vez a um dos temas que dominaram a viagem.

A Igreja Católica vem enfrentando nos últimos anos uma série de denúncias de abusos sexuais de menores de idade cometidos por padres em todo o mundo.

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Já o Vaticano avaliou a visita de Bento 16 como “certamente positiva” e declarou que o papa Bento 16 lidou com a crise de pedofilia com “clareza e eficácia”.

Em Londres, Bento 16 se reuniu com cinco vítimas britânicas de pedofilia. Depois encontrou pessoas que trabalham na proteção dos jovens contra os abusos no ambiente eclesial, e expressou que esta constitui “uma parte importante da vasta resposta” da instituição quanto aos casos.

Apesar da visão positiva do Vaticano, a viagem despertou manifestações e teve uma afluência menor do que a esperada. Ontem, entidades seculares e de defesa dos direitos dos homossexuais realizaram uma passeata pelas ruas de Londres protestando contra posições da Igreja Católica e os escândalos de pedofilia, entre outros motivos.

Também teria havido pouco comparecimento nos três grandes eventos públicos presididos pelo pontífice. Segundo fontes da organização consultadas pelo jornal “The Independent”, 400 mil lugares haviam sido disponibilizados — as celebrações de Bento 16 no Bellahouston Park de Glasgow e no Cofton Park de Birmingham receberam, respectivamente, 70 mil e 60 mil fieis, além das 80 mil do Hyde Park.

Outra caso foi o dos seis homens presos nesta sexta-feira por suspeita de elaborarem um atentado terrorista contra o Papa. Eles foram libertados hoje, sem que nenhuma ameaça real tenha sido comprovada. O Vaticano demonstrou pouca preocupação em relação às detenções e disse que os protestos “já eram esperados”.

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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