Militantes suicidas guiando três caminhões-tanque mataram pelo menos 175 pessoas em ataques aparentemente coordenados nesta terça-feira no noroeste do Iraque, segundo o Exército.
Foi um dos piores atentados desde o início da guerra, em 2003.
O capitão Mohammad al-Jaad disse que pelo menos outras 200 pessoas ficaram feridas nas explosões em condomínios residenciais nas localidades de Kahtaniya, al-Jazeera e Tal Uzair, perto da cidade de Sinjar, que fica junto à fronteira com a Síria.
Os prédios são habitados por membros da seita curda pré-islâmica yazidi, que vivem no norte do Iraque e na Síria. Militares dos EUA dizem que estão ajudando a levar os feridos para hospitais na cidade de Tal Afar.
Também nesta terça-feira, um caminhão-bomba guiado por um suicida matou dez pessoas e destruiu uma ponte que ligava Bagdá ao norte.
Os militares dos EUA anunciaram também que dez de seus soldados morreram nos últimos dois dias, sendo cinco na queda de um helicóptero CH-47 Chinook perto da base aérea de al-Taqadumm, nos arredores de Falluja, 50 quilômetros a oeste de Bagdá.
O aparelho, segundo os militares, fazia um vôo de rotina. Não se sabe se ele foi abatido, mas o caso está sendo investigado.
Com essas mortes, já são pelo menos 3.699 militares norte-americanos mortos no Iraque desde a invasão de 2003. Só em agosto os EUA perderam 41 soldados, mais de metade do total de julho, 71 mortos.
Não é a primeira vez que a seita yazidi é alvo de ataques. Em abril, 23 operários yazidis de uma fábrica de Mosul foram mortos, numa aparente retaliação pelo apedrejamento, semanas antes, de uma adolescente yazidi.
De acordo com a polícia, a garota foi morta pelos próprios yazidis porque se apaixonou por um muçulmano e se converteu ao Islã. TVs do mundo todo mostraram horripilantes cenas da morte dela.
Os membros da seita no Iraque enfrentam discriminação porque o principal anjo que veneram como manifestação de Deus é frequentemente identificado na terminologia bíblica como Satã, o anjo caído. A seita acredita que Deus criou o bem e o mal no mundo.
Os yazidis dizem ter sofrido massacres durante o regime laico do muçulmano sunita Saddam Hussein.
Fonte: Terra