Ao menos 18 pessoas morreram nas explosões de duas bombas em uma igreja de uma ilha dos sul das Filipinas que é reduto de militantes islamitas, anunciaram as autoridades do país.
A primeira explosão aconteceu dentro de uma igreja católica da ilha de Jolo durante a missa da manhã de domingo. Quando as tropas chegaram ao local, a segunda explosão foi registrada, informou o porta-voz militar da região, Gerry Besana.
Fotos divulgadas pela polícia regional mostram escombros espalhados perto da entrada da igreja e um caminhão militar danificado.
Cinco soldados, um membro da Guarda Costeira e 12 civis morreram no ataque, enquanto 83 pessoas ficaram feridos, anunciou Besana.
O chefe da polícia nacional, Oscar Albayalde, divulgou um balanço diferente, que registra 20 mortes.
“Usaremos toda a força da lei para levar os responsáveis por este ataque à justiça”, afirmou em um comunicado o secretário de Defesa, Delfin Lorenzana.
O exército utilizou helicópteros para transportar alguns feridos até a cidade Zamboanga, onde receberão atendimento médico.
“Provavelmente foi um ato terrorista. São pessoas que não querem a paz. É uma pena que isto aconteça pouco depois da aprovação da lei sobre Bangsamoro”, declarou Besana, em referência à região autônoma que os filipinos aprovaram criar em um referendo organizado esta semana.
Jolo fica na região de Bangsamoro, de maioria muçulmana.
A ilha é também uma base do grupo islamita Abu Sayyaf, acusado pelos ataques mais violentos na história do país.
O estabelecimento desta zona em um território de maioria muçulmana – dentro de um arquipélago majoritariamente católico – busca restabelecer a paz depois de décadas de um conflito que deixou dezenas de milhares de mortos.
Grupos muçulmanos pegaram em armas nos anos 1970 para exigir a autonomia ou independência do sul das Filipinas, que consideram sua terra ancestral. A insurreição deixou 150.000 mortos.
A província de Sulu, onde fica Jolo, votou contra a criação da região autônoma no sul das Filipinas, que as autoridades esperam que proporcione paz e desenvolvimento após décadas de combate, situação que deixou a zona em situação de pobreza.
O governador de Sulu questionou na Corte Suprema a lei que estabelece a nova área.
Apesar da votação em Sulu, a legislação estabelece que a província deve integrar a nova entidade política, pois os eleitores da atual região autônoma se pronunciaram a favor em seu conjunto.
Fonte: AFP via IstoÉ