O Parlamento australiano estuda eliminar a proibição do financiamento de serviços de aborto na ajuda destinada a nações em vias de desenvolvimento, imposta há doze anos pelo antigo Governo conservador de John Howard.

O secretário parlamentar de Ajuda Internacional ao Desenvolvimento, Bob McMullan, explicou hoje que o veto impediu a Austrália de contribuir com um grande leque de serviços relacionados ao aborto e aos anticoncepcionais.

“Mudar a legislação nos colocaria no nível dos demais países do mundo, com exceção dos Estados Unidos”, disse McMullan aos deputados.

EUA e Austrália são atualmente os únicos dois Governos que condicionam seu financiamento de projetos de cooperação a que o dinheiro não seja utilizado para custear abortos.

Brendan Nelson, líder da oposição conservadora do país, afirma que é necessário manter a proibição, embora algumas vozes dentro de seu partido, a Coalizão Liberal, considerem que a lei deve ser derrogada para reduzir o índice de mulheres mortas em consequência de abortos ilegais.

O debate porá em uma situação difícil o novo primeiro-ministro do país, o trabalhista Kevin Rudd, um anglicano praticante que venceu nas últimas eleições com o apoio de grande parte dos cristãos, que rejeitam o aborto.

Interromper de forma voluntária a gravidez é legal na Austrália, sempre que seja para proteger a saúde da mulher.

Anualmente, são realizados 100 mil abortos na Austrália, que conta com uma população de cerca de 20 milhões de pessoas.

Fonte: EFE

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