A organização Chinese Human Rights Defenders (CHRD) expressou hoje em comunicado sua preocupação com o aumento dos impedimentos de acesso da imprensa à região devastada pelo terremoto do dia 12 de maio, após semanas de transparência de informação elogiadas pela comunidade internacional.

“As restrições às liberdades civis voltaram, após a breve redução delas depois do terremoto de Sichuan”, destacou a organização, uma rede de ativistas que trabalha na China e em Hong Kong.

A CHRD cita como exemplo a recente ordem, por parte das autoridades, dadas aos sites para tirarem do ar artigos sobre o desastre.

A entidade também cita a detenção de pelo menos duas pessoas por tentarem discutir a gestão do desastre feita pelas autoridades chinesas, entre elas Wang Rongqing e Qi Huimin, membros do Partido de Democracia da China (CDP, em inglês), que organizaram uma reunião para discutir este assunto.

Por outro lado, a CHRD deu a informação da prisão de alguns pais cujos filhos morreram no desabamento de uma escola em Juyuan, e que na última sexta compareceram a um tribunal da cidade de Dujiangyan com a intenção de denunciar o Governo local por negligência.

Alguns relatórios de especialistas citados em sites chineses já tinham afirmado antes do terremoto que a escola – um dos poucos prédios que caíram em Juyuan – apresentava problemas na estrutura, denúncias que as autoridades não levaram em consideração.

Estima-se que 10 mil dos 69.122 mortos no terremoto (número atualizado hoje) eram menores de idade e no momento do tremor de terra estavam em escolas que ruíram.

O tremor de terra e a transparência de informação adotada por Pequim geraram uma onda de solidariedade internacional com a China, após meses de críticas pela opacidade do Governo em relação aos protestos no Tibete.

As doações nacionais e internacionais para as vítimas do terremoto já superam os US$ 6,24 bilhões, enquanto os esforços governamentais já se voltam para os trabalhos de reconstrução das cidades arrasadas, que poderiam demorar 10 anos para serem reerguidas.

Fonte: EFE

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