Paulo Galvão
Estado de Minas
A Frente Parlamentar Cristã (FPC) da Câmara Municipal de Belo Horizonte vai encaminhar ao prefeito Alexandre Kalil pedido para flexibilizar o funcionamento dos templos na cidade.
No documento, eles farão constar medidas a serem adotadas para possibilitar a volta de realização de reuniões, missas e cultos, além de outras atividades, com cuidados para se evitar a propagação da COVID-19.
As igrejas não estão proibidas de funcionar, mas só podem receber para orações individuais. Porém, têm de respeitar o distanciamento social e não podem permitir aglomerações, sendo que algumas delas têm capacidade para até 5 mil pessoas.
Para contornar a determinação, a FPC propõe a abertura parcial, baseada no tamanho. Assim, cada uma poderia receber entre 10% e 15% de sua capacidade. Além disso, seria exigido o uso de máscaras, o distanciamento dos fiéis e a disponibilidade de álcool em gel e de outros produtos para higiene e espaçamento das celebrações.
“Queremos permitir que as pessoas possam voltar ao templo, à igreja. As entidades religiosas tem papel fundamental neste momento de medo, de insegurança. E onde as pessoas encontram refúgio? No apoio espiritual, onde vão encontrar conforto. São muitas pessoas procurando os templos, pois não têm a quem recorrer”, argumenta o presidente da FPC, Autair Gomes (PSD), pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular.
Uma reunião, na manhã desta quarta-feira, no Plenário Prefeito Amynthas de Barros, contou com a presença de outros vereadores e também de pastores que não têm mandato. Entre eles, Jorge Linhares, presidente do Conselho de Pastores e Ministros do Evangelho do Estado de Minas Gerais, que como ocorre com comerciantes, mostrou preocupação com o prejuízo econômico causado pela pandemia.
“Algumas pessoas têm uma visão antiquada das nossas funções, acham que os pastores acabam o culto e vão para casa. Hoje atendemos várias questões, de violência a drogas, passando por problemas familiariares a tentativa de suicídio. Então, fechar igreja é impedir que famílias sejam curadas. Quantos drogados não se curaram graças às igrejas? Quantos não estão em tratamento? E o sustento dos pastores, como fica? Temos ajudado ao menos 50 pastores a pagar o aluguel. E temos contas chegando. Questionei o prefeito Kalil, pois não recebemos nenhuma cesta básica”, afirma.
A secretária Municipal de Política Urbana, Maria Caldas, participou da reunião por teleconferência. Segundo ela, a prefeitura está aberta a sugestões, mas todas as decisões sobre o novo coronavírus são baseadas na ciência.
“Ninguém se atreve a ter certezas neste momento, nem mesmo os maiores especialistas. Então, vamos estudando, trabalhando, para a gente controlar o resultado da pandemia”, disse, bastante elogiada pelos vereadores por estar aberta ao diálogo.
Quem também mereceu elogios foi o prefeito Alexandre Kalil. “A ação do Kalil, que antecipou medidas contra a COVID-19 em uma semna, junto com o secretário (Municipal de Saúde), Jackson (Machado), foi fundamental para termos poucas mortes se comparado com outras capitais”, afirmou Jair di Gregório, segundo vice-presidente da Câmara de BH e ligado à Igreja Assembleia de Deus.
Fonte: Estado de Minas