Com estilo despojado e cara de ‘casa noturna’, a Lagoinha Savassi faz de tudo para atrair o público jovem que costuma frequentar essa região de Belo Horizonte.

O espaço é despojado. Paredes pretas, jogo de luz, som alto e grande concentração de jovens. É comum desavisados passarem pelo local e confundirem com uma boate. Localizada em uma região boêmia de Belo Horizonte, e recheada de casas noturnas, a Lagoinha Savassi é uma igreja evangélica fora dos padrões tradicionais. Esqueça os ternos, a música contida e o templo bem iluminado. Com o slogan “Um Lugar de Todas as Tribos”, a missão é atrair pessoas que nunca pensaram em visitar uma igreja.

As reuniões na Lagoinha Savassi começaram em outubro do ano passado, mas a igreja só foi inaugurada, oficialmente, no Réveillon de 2015. Aproximadamente 650 pessoas frequentam o local, que já abrigou sete boates anteriormente. Os cultos acontecem nas quartas, sábados e domingos. O pastor Flavinho Marques, de 29 anos, encarou o desafio de liderar jovens em uma região famosa pelos bares e boates.

“Por ser em um bairro boêmio, que atrai muitos jovens, investimos em um trabalho para deixar com a cara do lugar. O nosso alvo é o frequentador da Savassi e também o morador da região sul. A igreja já é diferente porque é dentro de uma boate. As paredes são pretas, o louvor tem uma ‘cara’ de boate, com jogo de luz. A mensagem é inspiradora, temática, para que a gente consiga alcançar os jovens. É atraente para eles”, comenta o jovem religioso.

Já o pastor Victor Passos, de 27 anos, é responsável por dirigir os cultos de sábado. Ele conta que a visão da igreja é acolher todo o tipo de público. “A gente recebe pessoas que nem sabiam que era uma igreja e entrou lá. A estrutura já deixa o visitante à vontade, porque o interior é escuro e a luz, baixa. A nossa intenção é de receber todas as pessoas, da melhor forma possível. Se alguém chegar com cheiro de cigarro, ou cheiro de bebida, ela vai ser recebida da mesma forma. A gente quer que essas pessoas tenham uma experiência com Jesus”, destaca Victor.

[b]Diferença que atrai
[/b]
A estudante Fernanda Lucas, de 21 anos, frequenta a Lagoinha Savassi há seis meses. Ela foi atraída pelo estilo ousado da igreja e, hoje, faz parte do ministério de louvor. “O que me atraiu foi justamente esse visual diferente. No primeiro momento, achei estranho, mas, depois que comecei a frequentar mais, vi que, apesar de toda estrutura, é uma igreja séria, em que a palavra de Deus é pregada. As músicas tocadas são gospel, como nas outras igrejas. A diferença é que procuramos músicas mais atuais e mais animadas também”, explica Fernanda.

Durante as reuniões, a Lagoinha Savassi ainda reserva um tempo mais descontraído para os visitantes. “Entre o louvor e a pregação, a gente tem um momento em que servimos alguma coisa. Num dia é picolé, noutro é cupcake. Enfim, cada semana é uma coisa. São seis minutos para o pessoal trocar uma ideia, se conhecer, enquanto rola uma música eletrônica ao fundo. Depois disso, começa a mensagem. Ela é rápida e bem inspirativa. No final, a gente ainda dá a oportunidade para a galera ficar lá trocando ideia, batendo papo. Para o público que a gente quer alcançar, é bem atraente”, destaca o pastor Flavinho Marques.

O estudante Victor Arliete, de 18 anos, frequentador da igreja, afirma que é mais fácil levar amigos para a Lagoinha Savassi. “Há muito tempo a gente tentava convidar meu cunhado para a igreja. Ele chegou a ir em igrejas convencionais, mas tinha muita resistência. Na primeira vez que ele visitou a Lagoinha Savassi, ele teve uma experiência com Deus. Ele disse que foi atraído pela visão desta igreja”, conta o estudante.

[b]Atividades fora do templo
[/b]
A missão da Lagoinha Savassi parece não se restringir aos cultos. A igreja realiza outros eventos para atrair o público. Competições esportivas, festas e movimentos artísticos estão na pauta da igreja. “Já tivemos uma festa grande e, em maio, teremos outra. Mas, é uma festa totalmente voltada para atrair os jovens a comparecerem aos cultos. Não são festas mundanas”, explica a frequentadora Fernanda Lucas.

“Este ano, a gente vai ter um acampamento ‘adventure’, só com esportes radicais. Tivemos, agora, um campeonato de ping-pong. São mais de quinze departamentos que funcionam. Temos artes plásticas, pintura, dança… Na verdade, a Lagoinha Savassi preza pela junção da arte com a palavra de Deus”, enfatiza o pastor Flavinho.

[b]Fonte: Encontro – UAI[/b]

Comentários