O papa Bento 16 conclamou nesta segunda-feira os rebeldes islamitas das Filipinas a libertarem os três membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) sequestrados no dia 15 de janeiro passado, na Ilha Jolo, quando visitavam uma prisão.
“O Santo Padre, em nome de Deus, pede sua libertação e solicita às autoridades que favoreçam uma solução pacífica para a dramática situação”, informa a nota divulgada pela Vaticano.
Bento 16 “eleva sua voz e faz um apelo para que a razão e o espírito humanitário prevaleçam sobre a violência e a intimidação”, informa o texto.
Nesta segunda-feira a organização terrorista Abu Sayyaf ameaçou decapitar nas próximas 24 horas os três voluntários da CICV, caso o governo não retire as Forças Armadas do sul do arquipélago.
Após o fracasso das últimas negociações, os criminosos afirmam que o prazo para a retirada dos militares de 15 aldeias da ilha de Jolo será às 14h desta terça-feira (31) (2h de terça-feira no horário de Brasília).
Segundo o ministro do Interior filipino, Ronaldo Puno, o ultimato é impossível de se cumprir, e, se for cumprido, será respondido “com a força”.
Há duas semanas, os sequestradores afirmaram que libertariam um dos voluntários se os soldados saíssem de perto de suas bases em Jolo, mas voltaram atrás apesar de os militares atenderem seu pedido.
Histórico
A Abu Sayyaf já decapitou diversos reféns, entre eles o americano Guillermo Sobero, em 2001. Até o momento, os terroristas não pediram pagamento de resgate pelos voluntários.
O suíço Andreas Notter, 39, o italiano Eugenio Vagni, 62, e a filipina Jean Lacaba, 37, foram sequestrados no dia 15 de janeiro deste ano quando faziam uma inspeção de rotina de uma prisão em Jolo.
Fundado em 1991 por ex-combatentes da guerra do Afeganistão contra a União Soviética, a Abu Sayyaf é vinculada à Jemaah Islamiya, braço da rede terrorista Al Qaeda no Sudeste Asiático.
Fonte: Folha Online