Em 1º culto aberto, acidente envolvendo ônibus e carro que danificou jardim serviu para arrecadação extra de dinheiro.
No primeiro culto aberto presidido no Templo de Salomão, não foi só a imponente estrutura que chamou a atenção dos presentes. Por três vezes em menos de duas horas, o bispo Márcio Carotti solicitou aos fiéis que demonstrassem sua devoção, fé e confiança em Deus por meio da arrecadação de dinheiro.
Logo no início, após o primeiro cântico de louvor, fiéis foram incitados a entregar seus dízimos. Doze levitas se colocaram em frente ao altar, munidos de sacolas de veludo bordô com o grafismo de uma menorah, o candelabro de sete braços que constitui um dos símbolos mais fortes do judaísmo, e de máquinas de cartão Cielo. As doações poderiam também ser feitas em cheque.
Cerca de 30 sacolas foram preenchidas e levadas a salas laterais. A arrecadação se repetiu em um momento inusitado, quando a foto do ônibus acidentado na Avenida Celso Garcia no início da semana, após choque com um carro, tomou os telões ao lado do altar: usando a imagem do coletivo destruído como suporte para seu discurso, Carotti qualificou o acidente como uma “obra de satanás”.
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“Quem aqui gosta de envergonhar o satanás levanta a mão”, pediu. “Se cada um doar pelo menos R$ 20, talvez consigamos reconstruir o que foi destruído. Isso vai nos custar R$ 150 mil”, disse aos 10 mil ouvintes.
Carotti ministrou a reunião de libertação com o apoio de seis outros membros de prestígio da hierarquia da Igreja Universal do Reino de Deus. Ao lado deles, relacionou a colaboração financeira à prosperidade dos fiéis.
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“Quem guarda o que tem de melhor para si não está honrando ao Senhor”, justificou, citando ainda a crucificação de Jesus como ‘mostra’ de que o sacrifício de Deus em dar a vida de seu filho fez com que Ele multiplicasse o número de rebentos. A partir desta relação, garantiu que quem doasse o que tinha teria seus bens multiplicados.
O culto desta manhã abria o Clamor da Reivindicação, um ciclo de dez dias que, oficialmente, consiste em “um propósito de fé para aqueles que desejam ver a Palavra de Deus se cumprir em suas vidas em todos os sentidos”. No final da reunião, envelopes dourados foram distribuídos para que, no próximo dia 5, os dízimos sejam coletados.
[b]Cerimônia cenográfica[/b]
Logo na entrada, mulheres em longos vestidos brancos e faixas douradas na cintura recebiam os fiéis com um “shalom”, saudação judaica que significa “que a paz esteja com você”.
Os fiéis eram então encaminhados a um dos dez mil assentos da nave mãe. A prioridade para os lugares mais próximos ao altar era de quem havia chegado mais cedo; às 8h, duas horas antes do início da reunião de libertação, as primeiras fileiras já estavam praticamente tomadas.
Durante a espera, projeções em vídeo de cenários de natureza exuberante se intercalavam com a citação, em texto, de passagens bíblicas. A iluminação ambiente valorizava a Arca da Aliança, dourada, que foi replicada em dimensões monumentais atrás do púlpito de pregação.
Em dado momento, todas as luzes se apagaram e o desenho de uma cruz, em LED, foi formada no teto: era o momento da libertação, em que os “espíritos malignos” seriam curvados pela fé. Gritos histéricos vinham das laterais do Templo, e pareciam encenados do lado de fora das paredes para representar o triunfo de Deus
[b]Fonte: Último Segundo[/b]