Numa conferência realizada em Londres, na Catedral de Westmister, o Cardeal Joseph Zen louvou os católicos chineses pelos longos anos de sofrimento, devido às restrições severas impostas pelo Estado.

O Bispo de Hong-Kong revelou também os avanços para a reconciliação entre a Igreja “oficial” chinesa e o Vaticano.

Falando para uma audiência de mais de 400 pessoas numa conferência organizada pelo secretariado inglês da Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal Joseph Zen, revelou que a Igreja controlada pela Associação Patriótica (órgão estatal) está prestes a concluir a sua reconciliação com Roma, apesar das nomeações de bispos à margem do Vaticano e das perseguições à Igreja Católica “clandestina” chinesa, fiel ao Vaticano.

Com 85% dos bispos da Igreja “oficial” já aprovados por Roma, a determinação pacífica dos católicos chineses em chegar à plena comunhão com a Santa Sé prevaleceu, afirmou o cardeal. “Os bispos (“oficiais”) não aceitarão a ordenação sem a aprovação da Santa Sé. O Governo não pode fazer nada quanto a isso”, declarou.

E quando Roma nomeava um bispo, a Associação Patriótica iniciava um ritual administrativo para eleger o mesmo bispo, de forma a que o Governo não o viesse a rejeitar, explicou o cardeal. Nem a recente ordenação de dois bispos sem a aprovação do Vaticano, acrescentou, poderá ser entrave a este desejo de diálogo, uma vez que os prelados em questão pediram depois o perdão do Papa Bento XVI.

Na opinião do cardeal, esta união das duas Igrejas deve-se sobretudo à opressão que sofrem e, neste aspecto, a situação piorou recentemente: “Na China, existe perseguição: não apenas da chamada Igreja clandestina, mas também da Igreja oficial. Esta perseguição é inacreditável, se a observarmos à escala mundial. Claro que vemos que muitas igrejas foram abertas ao culto e que os seminários estão cheios. Mas o que não podemos ver é o controlo exercido pelo Governo”.

O Bispo de Hong Kong pediu às autoridades chinesas para diminuírem o controlo apertado que fazem à Igreja: “Se o Governo compreendesse o papel da Igreja, perceberia que não tem nada a temer. Eles precisam de saber que a religião pode contribuir para a educação, para o desenvolvimento económico e para o progresso da China”.

Agradecendo pessoalmente aos benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre, o Cardeal Joseph Zen afirmou: “Vocês estão a encorajar os chineses a tornarem-se fiéis. Mas eles irão também ajudar-nos a ser fiéis. Quando pensamos nos nossos irmãos e irmãs que sofrem devemos ficar agradecidos: quanto tivemos nós que sofrer pela nossa fé?”

Fonte: Agencia Ecclesia

Comentários