O patriarca de Moscovo e toda a Rússia Alexi Segundo declarou que os iniciadores da “discussão ampla” e “alvoroço” em torno da carta do bispo Diomid , chefe da diocese ortodoxa de Anadir e Tchukotka, no Extremo Oriente russo, são aqueles que são contra a reunificação das duas Igrejas ortodoxas russas do Exterior e Russa, escreve Ria Novosti.

O bispo Diomid publicou uma carta onde acusa a direção da Igreja Ortodoxa Russa (IOR) de “subserviência em relação ao poder político, à globalização e ao G-8”, apelando aos fiéis a pedir perdão a Deus pelos “pecados dos sacerdotes”.

Na carta, intitulada “Apelo a todos os filhos fiéis da Santa Igreja Ortodoxa”, o bispo acusa os sacerdotes ortodoxos de “rezarem em conjunto com os heréticos, seguidores do ecumenismo”, “estarem de acordo com a política antipopular do regime existente” e de se sujeitarem a ele “em prejuízo da liberdade espiritual”.

O bispo Diomid condena o fato de a Igreja Ortodoxa Russa ter aceito a imposição do número de identificação fiscal e de ter relações com o G-8, que considera “um órgão do governo maçônico mundial, que prepara a vinda do líder mundial único, ou seja, do anti-Cristo”.

Depois de condenar os contactos com esses “representantes de satanás”, o bispo acusa os dirigentes da sua igreja de “apoiarem a democracia” .

Além disso, o hierárquico ortodoxo também está descontente com “a cooperação com os inimigos de Cristo”.

“Não consideramos ter um “Deus” comum com os judeus, muçulmanos e outras religiões e doutrinas” – assinala ele ao comentar o teor de um comunicado aprovado numa reunião de dirigentes religiosos da Rússia, recentemente realizada.

“Estamos preocupados e não estamos de acordo com a violação do princípio comunitário provocada pela longa ausência de convocação de um Concílio Universal” – escreve Diomid depois de sublinhar a necessidade de discussão dos problemas colocados num Concílio Universal da Igreja Ortodoxa Russa.

Esta carta, assinada também por mais cinco hierarquico ortodoxos, está a ser difundida através da internet e já chegou às mãos de Alexis II, Patriarca de Moscovo e de toda a Rússia.

“Vejo no conteúdo da carta falta de informação e ignorância, porque todas as questões aí colocadas são discutidas há muitos anos na IOR, incluindo o problema do número de identificação fiscal”- comentou Vladimir Viguilianski, porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa, acrescentando: “considero que há forças que lutam sempre contra a união da Igreja e utilizam estes casos para dividi-la”.

Esta carta foi publicada na véspera da assinatura da “Ata de Reunificação” da IOR e da Igreja Ortodoxa Russa no Estrangeiro (IORE), marcada para o próximo 17 de Maio.

Fonte: Prvada.ru

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