O primeiro ato de campanha do senador Marcelo Crivella, candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro, foi uma coletiva de imprensa ontem, onde assumiu o compromisso que, se eleito, não convocará membros da Igreja Universal do Reino de Deus para ocupar o secretariado municipal.
Durante a coletiva, Crivella falou sobre as últimas pesquisas de intenção de voto, nas quais, apesar de liderar a corrida eleitoral, também é o candidato com maior índice de rejeição, além de comentar sobre seu projeto Cimento Social, no Morro da Providência.
“Eu gostaria de diminuir a rejeição com esta carta. Acho que todo eleitor bem intencionado vai ver que a rejeição não tem razão de ser”, comentou o senador, ao ler um documento no qual assume 12 compromissos com os cidadãos da capital fluminense. No sábado (5), o Instituto Datafolha divulgou pesquisa de intenções de votos, na qual Crivella lidera com 26% de intenções de voto, mas também é o candidato mais rejeitado pelos eleitores, com índice de rejeição de 29%.
Acompanhado de sua mãe, esposa e os três filhos, o candidato à prefeitura pela coligação “Vamos arrumar o Rio” disse ainda que a Zona Sul da cidade é o local onde ele fará uma campanha mais ostensiva, mas acabou cometendo uma gafe. “Aqui na Zona Sul é onde eu tenho menos eleitores”. No entanto, a coletiva de imprensa foi realizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade.
Crivella aproveitou também para criticar uma pesquisa de intenções de votos do IBPS, Instituto Brasileiro de Pesquisa Social, divulgada na sexta (4), que aponta queda do candidato de seis pontos percentuais, em relação ao levantamento anterior, de maio, passando de 27,6% para 21,3%. “É uma pesquisa feita pelo telefone, a maioria dos meus eleitores são de áreas mais carentes. Essa pesquisa não retrata muito bem a realidade”, respondeu, dizendo acreditar nos números do Instituto Datafolha.
Obras eleitoreiras?
Foi a primeira vez que Marcelo Crivella falou sobre as obras do Cimento Social no Morro da Providência, que foram embargadas pelo Tribunal Regional Eleitoral, sob a alegação de que se tratava de campanha eleitoral. “É uma idéia que tenho há muitos anos. A obra é social. Programas sociais não podem ser interrompidos. Espero que nos próximos dias as obras continuem”, comentou.
Sobre a atuação do Exército como polícia na comunidade, Crivella ratificou que eles faziam apenas a segurança das obras. “Eu não posso assumir responsabilidade daquilo que não tenho”, justificou. O senador defendeu que o papel de polícia deve ser exercido pelo Exército apenas nas fronteiras do país.
Igreja e cargos públicos
O senador assumiu ainda o compromisso que, se eleito, não convocará membros da Igreja Universal do Reino de Deus, da qual faz parte, para ocupar o secretariado municipal. “Nunca pedi voto na igreja, o candidato é o senador, não o pastor. Eu espero que católicos, espíritas, evangélicos, todas as religiões falem das nossas propostas”, esclareceu.
Ao ser questionado sobre a gestão de Cesar Maia, o candidato à prefeitura declarou que não gostaria de comentar uma página virada, mas criticou a epidemia de dengue que afetou a cidade, principalmente nos primeiros meses do ano.
Crivella defendeu a união com o Governo Federal para a realização do Programa de Saúde da Família e ratificou que esta atitude poderia ter evitado a morte de muitas vítimas da doença. “Hoje no Rio não existe organização na saúde pública”, finalizou.
Fonte: Folha Online