A crise mundial afetou as doações que a Igreja Católica brasileira recebe para investir em obras sociais, destacou ontem a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Estamos sofrendo e os números tendem a diminuir. As doações são frutos de uma economia estabilizada. Esta crise mundial, que aflige todo o mundo, faz com que os países deixem de enviar doações”, disse o presidente da Cáritas do Brasil, o bispo Luiz Demetrio Valentini, na abertura da 47ª Assembleia Geral da Confederação.

Embora “no Brasil não estivéssemos tão mal, comparados com a América Latina”, as pessoas precisam da solidariedade para enfrentar a crise, afirmou Valentini, bispo de Jales (SP).

O religioso, que não deu números, disse que as doações ao exterior para as paróquias e dioceses brasileiras caíram “pelo simples fato de que a crise afetou mais os países doadores que o Brasil”.

Valentini ressaltou que a tendência é de que as doações que o Brasil tradicionalmente recebe vão agora “para a África e para a Europa oriental”, o que afetará as regiões mais pobres do país, como a Amazônia.

Na assembleia episcopal inaugurada hoje em Indaiatuba (SP), e que termina em 1º de maio, serão debatidos assuntos religiosos, políticos, econômicos e sociais do país.

Hoje, os bispos receberam um relatório sobre a crise mundial elaborado por uma equipe de sacerdotes e sociólogos no qual se propõe o impulso à economia solidária para superar a situação atual.

“Para superar a crise global, a economia solidária precisará passar do nível micro ao nível macro”, destaca o relatório, segundo o qual no Brasil há 22 mil programas deste tipo nos quais trabalham cerca de dois milhões de pessoas.

Fonte: EFE

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