Os bispos italianos voltaram a defender a posição do papa Bento XVI em relação à aids e aos preservativos e acusaram a França e o Ocidente em geral de “dar lições a este Papa que tem ousado chamar os africanos a levantar a cabeça e reconhecer plenamente o papel das mulheres”, informa o jornal El País.

Em texto publicado no Avvenire, diário da Conferência Episcopal Italiana (CEI), os bispos dizem que “críticas foram lançadas pelos olhos e cabeças ocidentais, com a irrefreável superioridade de quem sempre acreditou ser o dono da África e da metade sul do mundo”.

De acordo com o editorial, a “atitude colonialista” explica também a polêmica a respeito dos preservativos. Intelectuais de todo mundo e, em especial da França, criticaram a postura da Igreja depois que o Papa, em visita à África, rejeitou o uso de preservativo para conter a epidemia de aids que atinge o continente.

As críticas ao uso de preservativos e o ataque à França vão contra dados publicados no próprio diário da Santa Sé, L’Osservatore Romano, segundo os quais a eficácia da camisinha para evitar a transmissão da aids é de 97% em países desenvolvidos e de 87% na África.

No último fim de semana, jornais franceses publicaram pesquisas que demonstram a baixa popularidade de Bento XVI entre os franceses. De acordo com o Journal du Dimanche, 43% dos católicos franceses acham que o Papa deveria “se demitir ou aposentar”. O Le Parisien relata que 57% dos franceses têm “má opinião” sobre o líder católico.

Na Itália, embora 73% da população desaprove as palavras de Bento XVI contra o uso de preservativos (de acordo com pesquisa do jornal La Repubblica), 54,9% tem total confiança no Papa.

Fonte: Terra

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