Vítimas há muito afirmam que, quando tomaram coragem para denunciar abusos, tiveram suas acusações ignoradas por bispos, que aceitaram a palavra dos padres.

Membros do clero que assediaram ou abusaram sexualmente de menores de idade mentem quando são acusados, mas as vítimas costumam dizer a verdade, afirmaram psicólogos a bispos e padres de cerca de cem países reunidos em Roma para um simpósio organizado pelo Vaticano para discutir o problema.

Vítimas há muito afirmam que, quando tomaram coragem para denunciar abusos, tiveram suas acusações ignoradas por bispos, que aceitaram a palavra dos padres. Esse padrão teria permitido que pedófilos permanecessem na Igreja por décadas, para que a reputação da instituição fosse protegida acima de tudo.

“Ser desacreditada ou, pior, ser culpada pelo abuso aumenta muito o sofrimento emocional e mental causado pelo abuso sexual”, afirmou a psiquiatra Sheila Hollins, que participou de uma investigação iniciada pelo Vaticano na Irlanda, país que registrou milhares de casos de abuso nas últimas décadas.

Uma dessas vítimas, Marie Collins, que tinha 13 anos quando foi violentada por um capelão em 1960, disse aos bispos que foi hospitalizada múltiplas vezes, além de sofrer de ansiedade e depressão. Ela também afirmou que a recusa, por representantes da Igreja, a acreditar nela aumentou o trauma. “Fui tratada como alguém que tinha um plano contra a Igreja, e a investigação policial foi obstruída”, reforçou.

À noite, o cardeal Marc Ouellet presidiu uma vigília em penitência, na qual ele e vários bispos pediram perdão pelo que chamou de “mal” dentro da Igreja.

[b]Fonte: Estadão[/b]

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