Apóstolo Rina e a esposa Denise Seixas (Foto: Reprodução/Igreja Bola de Neve)
Apóstolo Rina e a esposa Denise Seixas (Foto: Reprodução/Igreja Bola de Neve)

A pastora Denise Seixas conseguiu uma medida protetiva de urgência contra o marido, Rinaldo Luiz de Seixas Pereira, o apóstolo Rina, fundador e líder da Igreja Bola de Neve.

A informação é da advogada de Denise, Gabriela Manssur, e foi confirmada ao site Universa, do portal UOL.

De acordo com a advogada, Denise passava por violência psicológica muito forte e está muito abalada. “A violência psicológica está trazendo grande abalo à saúde física e psíquica dela, um sofrimento muito grande”.

A pastora Denise conseguiu sair de casa na sexta-feira para receber atendimento jurídico e, segundo fontes, estaria decidida pelo divórcio. Procurada pela reportagem do UOL, ela não quis falar.

Segundo Gabriela Manssur, Rinaldo não pode manter contato e nem se aproximar de Denise. “Foram concedidas medidas protetivas a favor dela contra ele […] Ela está protegida pela Lei Maria da Penha”, explicou Gabriela. De acordo com a defesa, Denise estava sob forte violência psicológica e espiritual.

Pessoas próximas da pastora contaram à reportagem que ela “praticamente saiu fugindo de casa” e que as denúncias que vieram sobre os líderes da Bola de Neve e a respeito do apóstolo Rina teriam encorajado Denise a pedir ajuda e sair de casa.

As redes sociais da pastora, conforme a advogada, foram apropriadas indevidamente. “Ela me disse que está sem acesso às redes.”

Pessoas próximas ao casal, ouvidas pela reportagem do Universa, disseram que o apóstolo Rina teria comprado uma arma de fogo há alguns meses.

A medida protetiva serve para impor o afastamento do agressor do lar ou local de convivência com a vítima, estabelece um limite de distância que não pode ser ultrapassado e suspende ou restringe a posse de armas, se for o caso.

A advogada explicou ainda que os três filhos de Denise com Rina não saíram de casa com a pastora e estão na casa da família, sendo cuidados por pessoas de confiança.

“Ela teve de sair de casa para preservar a própria segurança. Estamos atuando na defesa da proteção da Denise no que diz respeito à lei Maria da Penha, na proteção da Denise enquanto mulher”, concluiu Gabriela Manssur.

Fontes próximas ao casal confirmaram à reportagem do Universa, que as imagens vazadas no ano passado mostram como era a vida de Denise com Rina. “Ele sempre gritou com ela, não importava quem estivesse por perto. Ela tinha de fazer tudo por ele, na hora que ele queria, com ele sempre gritando”, contou um ex-membro da igreja que não quis se identificar por temer represálias.

Acusações do enteado

As supostas agressões de Rina contra Denise tornaram-se públicas em abril do ano passado depois que Nathan Gouvea, filho de um relacionamento anterior de Denise, vazou um vídeo com trechos de uma discussão entre o casal.

“Sempre se teve uma cultura do medo em casa. Éramos dois serviçais, eu e minha mãe”, disse Nathan a Universa.

Na época, durante um culto na matriz da Igreja Bola de Neve, em São Paulo, o apóstolo Rina se pronunciou sobre as acusações feitas pelo seu enteado.

Segundo Nathan, o padrasto constantemente agia com violência verbal e psicológica contra sua mãe e parecia planejar interná-la em uma clínica psiquiátrica. Ele, inclusive, teria convencido membros do conselho da Bola de Neve e familiares de que a esposa estava com sérios problemas psiquiátricos.

“O Rina já vinha falando para o círculo mais íntimo da igreja, da família e para os meus irmãos que minha mãe não estava bem psicologicamente e que talvez teria de interná-la. Era muito claro para a gente que ele ia interná-la.”

Afastamento da igreja

Após a repercussão das brigas entre o casal, Rina, responsável pelas 560 igrejas da Bola de Neve, subiu ao púlpito da sede, em São Paulo, e comunicou o afastamento de suas funções. Ele alegou que seu casamento teria sido abalado pelas notícias e que Denise estava sobrecarregada emocionalmente.

Mas, pouco tempo depois, já estava novamente à frente da igreja, e Denise passou a não mais ser vista na Bola de Neve.

No culto de domingo, 2 de junho, Rina voltou ao púlpito para comunicar um novo afastamento, deixando a igreja interinamente aos cuidados do pastor Felipe Parente e da equipe que já trabalhava com o líder.

No discurso, ele afirmou que Denise estaria tendo “crise de ansiedade e síndrome do pânico”.

Ao comentar o pronunciamento, Nathan afirmou: “Ele, como sempre, pôs a culpa na minha mãe, falando que ela estava mal e não se desculpou por nada. Mesma ladainha.”

Esta semana, a Igreja Bola de Neve emitiu uma nota de esclarecimento informando o afastamento do apóstolo Rina, “para que se dedique integralmente a esclarecer os apontamentos apresentados e restabelecer sua saúde e a de sua família.”

O que diz o apóstolo Rina

Procurado pela reportagem, Rina disse que não foi notificado, que eles estão enfrentando uma crise conjugal e que ele quer restaurar seu casamento. “Vamos aguardar para ver se há mesmo alguma medida. Estamos enfrentando uma crise conjugal já há algum tempo e tudo que tenho tentado, com todas as minhas forças, é restaurar nosso casamento.”

Rinaldo disse que não sabe o que motivou o pedido de medida protetiva.

“Amo profundamente minha esposa, mãe dos meus filhos. Escrevemos uma história linda, mas infelizmente estamos enfrentando uma crise que nunca, nem em nossos piores pesadelos, imaginaríamos enfrentar.”

Sobre as supostas agressões psicológicas, Rina disse que não tem “absolutamente nada” para dizer. “Tivemos discussões como qualquer casal corre o risco de ter.”

Questionado sobre a compra de uma arma de fogo, o apóstolo Rina não respondeu.

Sobre as acusações do enteado, Rina disse: “Nathan saiu de casa há dez anos. Não tem a mínima ideia do que vivemos. Tudo o que eu sempre quis foi vê-la com saúde física, mental e emocional. Isso incluiu todo o cuidado com acompanhamento profissional, porém, em nenhuma hipótese, uma internação em clínica psiquiátrica. Essa foi só uma difamação para colocá-la contra mim.”

Sobre o acesso de Denise as redes sociais, Rina disse que a informação não procede. “Não temos absolutamente nenhum acesso às redes sociais dela. Como ela estaria sendo vigiada? Por quem? Estou de cama há quatro dias, com dengue.”

Fonte: UOL, Fuxico Gospel, Pleno News

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