Um grupo de mulheres bruxas, considerado o “maior grupo de feiticeiras do país”, realizou um encontro na terça-feira (12), na região central da capital russa, Moscou.

Na cerimônia pública elas fizeram invocações patrióticas e a favor do presidente da Rússia, Vladimir Putin.

O evento e sua divulgação na imprensa geraram críticas de setores da oposição, porque, no mesmo dia, autoridades do país condenaram a seis anos de prisão um dinamarquês que é Testemunha de Jeová, denominação religiosa considerada uma organização “extremista” e proibida na Rússia desde 2017.

Analistas russos destacam que, diante das restrições a outras denominações e cultos religiosos na Rússia, esse tipo de seita demonstra seu apoio ao governo como forma de manter seus ritos na legalidade, além do marketing.

A Rússia entrou na Lista Mundial da Perseguição aos cristãos apresentada pelo Portas Abertas. Pela primeira vez o país está entre os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo, saindo da 54ª posição em 2018 e indo para a 41ª em 2019.

A pequena comunidade cristã não tradicional, que representa 2% da população russa, é considerada pelo governo como espiões ocidentais que roubam membros da Igreja Ortodoxa “estatal”.

Após a queda do regime soviético, o cristianismo ortodoxo voltou a ser a principal religião da Rússia: estima-se que 75% da população o pratiquem. Mas isso não impediu que outros cultos mais próximos do folclore nacional também florescessem.

Putin mantém-se próximo de líderes da Igreja ortodoxa, o que, em certa medida, fez com que, no ano passado, a Ucrânia se separasse formalmente desta corrente cristã.

Jüri Maloverjan, correspondente do serviço russo da BBC, explica que Putin nunca demonstrou inclinações a práticas ocultistas, ainda que o apoio de grupos assim ao presidente garanta sua legalidade.

O presidente russo já foi premiê do país no início deste século e venceu sua mais recente eleição em março de 2018, com mais de 76,69% dos votos, segundo dados oficiais. Está em seu quarto mandato presidencial, que vai até 2024.

Fonte: Guia-me com informações da BBC

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