A Arquidiocese do México confirmou ontem que o cardeal Norberto Rivera Carrera trabalha numa estratégia legítima para enfrentar uma denúncia na Suprema Corte da Califórnia, Estados Unidos, por “conspiração à pedofilia”.

O porta-voz da Arquidiocese, Hugo Valdemar, afirmou que o cardeal “está tranqüilo”, pois “não cometeu nenhum crime”.

“É um pedido que vem do exterior, devemos proceder com transparência, porque as leis norte-americanas não são como as mexicanas. Vamos proceder de acordo com os advogados”, destacou o porta-voz.

Valdemar reconheceu, no entanto, que o pedido afetará a Igreja Católica, mas ressaltou que “não será provada” a cumplicidade de Riviera Carrera com o padre Nicolás Aguilar, acusado de pedofilia.

O cardeal era bispo de Tehuacán, Puebla, em 1987, e conheceu o sacerdote Nicolás Aguilar quando foi trabalhar em sua diocese.

Segundo um relatório da Comissão de Direitos Humanos do Distrito Federal, 60 crianças sofreram abuso sexual do sacerdote, que foi responsável pelas paróquias das comunidades San Nicolás Tolentino, em 1997, e de Cuacnopalan, em 1986, ambas pertencentes à diocese de Tehuacán.

Quatro crianças de 12 e 13 anos de idade acusaram Aguilar de pedofilia em 27 de novembro de 1997. Os pais dessas crianças as levaram ao Ministério Público da cidade para denunciar o clérigo, que obrigou os pequenos a manterem relações sexuais com ele.

Num comunicado, a Arquidiocese do México acusou a Rede de Sobreviventes de Abusos de Sacerdotes de perseguir “obscuros fins” ao assessorar Joaquín Aguilar, que entrou com o processo na Justiça para denunciar o cardeal aos Estados Unidos.

Fonte: ANSA

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