O líder da Igreja Católica na Inglaterra e em Gales, o cardeal Cormac Murphy O’Connor, reabriu o debate sobre o aborto no país, e pediu ao governo de Tony Blair que reduza o período legal para interromper a gestação.

Em uma reunião privada no Ministério da Saúde, Murphy-O’Connor pediu ao governo que reduza o período de 24 semanas durante o qual é permitido realizar o aborto.

Para o cardeal, os avanços na ciência e na tecnologia fazem com que as atuais leis sobre o aborto não estejam atualizadas.

O governo afirmou que não tem planos para modificar as leis a respeito, mas um grupo de 31 parlamentares assinou uma proposta na Câmara dos Comuns para revisar a lei.

A Igreja Católica é desfavorável ao aborto, mas considera que é pouco realista tentar proibir completamente essa prática.

No ano passado, o cardeal Murphy-O’Connor apoiou o então líder do Partido Conservador, Michael Howard, na redução do tempo limite de 24 semanas para interromper a gestação.

O religioso acredita que, devido aos avanços médicos e tecnológicos, os fetos podem sobreviver inclusive se nascerem antes das 24 semanas de gestação no útero materno.

Em 2005, os médicos debateram essa questão pela primeira vez desde 1989, em sua conferência anual em Londres, mas votaram contra uma redução do tempo limite para realizar o aborto.

Além disso, a ministra da Saúde, Patricia Hewitt, afirmou que este ano não é adequado para iniciar esses debates e acrescentou que ela mesma é contra a redução do tempo limite para os abortos.

França, Alemanha e Itália reduziram o limite máximo para realizar abortos para 12 ou 13 semanas. No início deste mês, uma pesquisa de opinião publicada pelo jornal britânico The Observer indicou que metade das britânicas quer ver leis mais severas contra o aborto.

Por sua vez, o arcebispo de Cardiff (País de Gales), Peter Smith, declarou à rede BBC que “há cada vez mais preocupação sobre como funciona a lei do aborto” no país.

Fonte: ANSA

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