O cardeal venezuelano Jorge Urosa reiterou hoje que os bispos têm “sérias objeções” à reforma constitucional promovida pelo presidente do país, Hugo Chávez.

Em entrevista à emissora de TV privada “Globovisión”, Urosa ratificou a postura que o episcopado anunciou em 9 de novembro num documento, que recebeu críticas do Governo.

O prelado disse hoje que a reforma de Chávez é “discriminatória”, solapa o “pluralismo político” e, se for aprovada, em plebiscito no dia 2 de dezembro, auxiliará na violação das liberdades civis, entre elas a religiosa.

Os bispos consideraram que a reforma contém aspectos “moralmente inaceitáveis”, porque, em sua opinião, poderiam pôr em risco variáveis democráticas.

O arcebispo de Caracas considerou que essas críticas oficiais, que ele catalogou de “insultos e ofensas”, foram desproporcionais.

O ministro da Comunicação, William Lara, disse em Santiago do Chile que o documento era uma nova “arremetida da cúpula clerical contra o projeto e a democracia revolucionária”.

Além disso, chamou os bispos de “mentirosos” ao sugerir em seu texto que os incidentes violentos registrados no país durante a semana passada poderiam vir de setores governistas.

No documento da sexta-feira passada, o episcopado pediu que sejam “evitado os enfrentamentos violentos” e solicitou “em particular aos poderes nacionais e aos dirigentes sociais, políticos e estudantis de qualquer simpatia, que se empenhem totalmente para agir com serenidade e espírito realmente democrático”.

Fonte: EFE

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