Shafqat Emmanuel e sua esposa Shagufta Kausa. Foto: Reprodução / ADF International.
Shafqat Emmanuel e sua esposa Shagufta Kausa. Foto: Reprodução / ADF International.

Antes de encontrar refúgio na Europa, uma mulher cristã, e seu marido, que sofre de paralisia, estavam no corredor da morte no Paquistão, acusados de blasfêmia. Dessa forma, eles dão uma visão pessoal sobre o livramento, antes de enfrentar o possível enforcamento.

“Embora sintamos falta do nosso país, estamos felizes por finalmente estar em um lugar seguro”, disse Shafqat Emmanuel em entrevista.

Com sede na Áustria, o movimento ADF International, ajudou Emmanuel e a esposa, Shagufta Kausar, a escaparem do Paquistão em meio ameaças de morte, em agosto do ano passado. 

Crime de blasfêmia

“Eu vi a polícia batendo no meu pai. Ele está paralisado da cintura para baixo, então não sentiu dor nas pernas, mas eles também bateram na cara dele e bateram nele com coronhadas nas costas. Eles o forçaram a dizer que ele havia cometido blasfêmia”, disse o filho do casal, Zahmat Akhtar, refletindo sobre o momento da prisão de seus pais em junho de 2013, em entrevista parte de um documentário divulgado pela ADF International.

O casal católico foi acusado por um imã local de cometer blasfêmia ao enviar-lhe uma mensagem de texto, que segundo a autoridade religiosa, foi ofensiva.

Maulvi Mohammed Hussain, líder de uma mesquita local, afirmou que Emmanuel usou o celular de sua esposa para enviar uma mensagem de texto anti-islâmica. Mais tarde, ele afirmou que outras mensagens se seguiram.

Emmanuel era o vigia de uma escola na área de Gojra, no distrito de Toba Tek Singh, na província de Punjab, no Paquistão, no momento da prisão do casal.

O clérigo muçulmano teria mostrado a mensagem de texto a dois outros imãs antes de abordar seu advogado para procedimentos legais. Ele e seu advogado alegaram mais tarde que ambos receberam mensagens blasfemas subsequentes.

Emmanuel foi torturado para fazer uma confissão falsa. A polícia o espancou e ameaçou despir sua esposa e fazê-la atravessar a cidade. Os filhos do casal presenciaram e choraram. “Isso partiu meu coração”, disse Emmanuel.

“Na hora da minha prisão, havia muitos policiais. Eles me jogaram no chão e me espancaram muito. Depois me levaram para um quarto e me enforcaram de cabeça para baixo”, acrescentou Emmanuel, descrevendo a tortura e a humilhação como “apocalipse” para sua família.

Pena de morte

Em 2014, um tribunal de sessão condenou o casal à morte por enforcamento sob as leis de blasfêmia do Paquistão. Logo depois, quando o casal foi absolvido, em junho do ano passado, eles enfrentaram ameaças de morte por extremistas.

Os cristãos são frequentemente alvos das leis de blasfêmia do Paquistão, destinadas a proteger as sensibilidades islâmicas, e de radicais que praticam violência e mataram dezenas de cristãos nos últimos anos.

“Estamos muito satisfeitos que Shagufta e Shafqat foram, finalmente, liberados e estão em segurança”, disse Tehmina Arora, diretora de Advocacy, Ásia da ADF International.

“Infelizmente, o caso deles não é um incidente isolado, mas testemunha a situação que muitos cristãos e outras minorias religiosas vivem no Paquistão hoje. Embora o direito à liberdade religiosa seja protegido pela constituição paquistanesa, muitos enfrentam severa perseguição e negação de seus direitos fundamentais. à liberdade de expressão e reunião”, completou Arora.

Fonte: Comunhão com informações de The Christian Post.

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