A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu neste sábado contra a “arrogância ocidental” em sua atitude com a África e alegou não pretender “impor” a experiência européia ao continente que pretende ajudar.

“A globalização só avançará se forem alcançados padrões mínimos sociais e ambientais”, disse a chefe do Governo alemão. Para ela, “seria impossível” conseguir isto se tentarem “forçar a aplicação da experiência européia”.

Merkel falou no Congresso da Igreja Evangélica, em Colônia (oeste), depois que os líderes do G8 aprovaram, na sexta-feira, um pacote de € 60 bilhões para a luta contra a Aids, a malária e a tuberculose na África.

Os resultados da cúpula, que Merkel chamou de “êxito”, foram criticados por organizações humanitárias, que consideram insuficiente e criticam a falta de esclarecimentos sobre como, quando e por quem a ajuda será enviada.

No Congresso, Merkel compartilhou uma mesa com o Prêmio Nobel da Paz Mohammed Yunus, chamado de “banqueiro dos pobres”, como defensor dos microcréditos em países como Bangladesh.

Yunus se disse a favor de promover esta fórmula de ajuda na África. Mas, para isso, lembrou que é imprescindível o envolvimento ativo da população.

“Os países pobres só terão uma oportunidade de introduzir seus próprios produtos se forem dotados de condições comerciais justas”, acrescentou a chanceler.

A presença de Merkel em Colônia, recém-chegada de Heiligendamm, causou grande alvoroço no Congresso Evangélico.

A maioria da imprensa alemã, especialmente a mais popular, não poupou elogios à gestão da chanceler como anfitriã da cúpula do G8.

O tablóide “Bild” batizou-a de “Miss Mundo” já na edição de sexta-feira, por sua capacidade de liderança frente aos demais líderes políticos, todos homens.

O jornal se estendeu em elogios, pergunta como ela fora capaz de conseguir tantos “sucessos” na cúpula.

Fonte: Último Segundo

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