O chefe de Governo austríaco, Alfred Gusenbauer, recebeu hoje o líder espiritual tibetano, o Dalai Lama, apesar dos protestos oficiais da China.

Gusenbauer justificou o encontro em entrevista à rede de televisão austríaca “ORF”, comentando que “uma coisa deve estar clara: Viena e Áustria foram um local do diálogo”.

O Nobel da Paz assegurou que vai a qualquer parte do mundo como um “simples monge budista”, sem fazer diferenças entre um presidente ou um mendigo, e se reuniu com Gusenbaue e sua companheira, Eva Steiner.

“A postura chinesa é conhecida”, disse o chefe do Executivo austríaco, que, no entanto, ressaltou que as relações entre os dois países são “muito boas” e há uma intensa cooperação bilateral política e econômica, que não mudará no futuro.

O anúncio de que a chanceler alemã, Angela Merkel, receberá no dia 23 o líder espiritual do Tibete no exílio desencadeou na semana passada uma polêmica com a China que fez o embaixador alemão no país ser convocado pelo Governo chinês.

O presidente federal austríaco, Heinz Fischer, disse não poder se reunir com o Dalai Lama durante sua estadia de vários dias na Áustria.

Um grupo defensor dos interesses tibetanos no exílio acusou Fischer de utilizar desculpas para evitar um encontro com o Dalai Lama e assim não se expor às críticas chinesas.

Em 1993, o Governo chinês tentou em vão dificultar a participação do líder budista em uma conferência sobre direitos humanos da ONU em Viena, o que causou um conflito entre Áustria e China.

Em julho de 2005, as intervenções diplomáticas chinesas impediram a edição de um selo postal especial na Áustria por ocasião do 70º aniversário do Dalai Lama.

O dirigente tibetano chegou na segunda-feira à Áustria para participar de um encontro internacional de personalidades culturais, econômicas e políticas na abadia beneditina de Melk, no oeste de Viena, dentro de uma iniciativa privada chamada “Waldzell” para estimular o diálogo entre diferentes culturas e religiões.

Fonte: EFE

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