A perseguição religiosa na China conheceu novos episódios ao longo da última semana, que mostram um aumento do controlo do regime de Pequim relativamente a atividades religiosas “não autorizadas”.

A China Aid Association, grupo de defesa dos Direitos Humanos com sede nos EUA, revelou que cerca de 90 crianças e 40 adultos foram interpelados no Leste da China quando se encontravam numa sessão de catequese. O grupo pertencia a uma Igreja protestante não dependente do governo chinês.

As crianças foram libertadas após um controlo de identidade, bem como os adultos, à exceção de dois. As autoridades chinesas confirmaram à AFP que um dos presos, Li Yizhong, é uma presença habitual na “evangelização ilegal” pelo que terá de ser “reeducado”.

Pequim apenas admite a prática da fé no interior das estruturas registradas, com pessoal registrado e sob a supervisão das Associações Patrióticas. As outras Igrejas e comunidades religiosas vivem na clandestinidade, sob o risco de serem condenados à prisão ou a campos de reeducação.

Recentemente, o governo da província chinesa de Sichuan condenou quatro líderes da Igreja Protestante “clandestina” a 2 anos de “reeducação por meio de trabalho”. Os religiosos tinham pedido às autoridades a libertação de 14 fiéis presos, segundo eles, sem motivo.

Os quatro religiosos fazem parte da Aliança das Igrejas Domésticas Chinesas, um grupo que reúne as Igrejas não-oficiais em toda a China. O sistema jurídico chinês permite que a polícia possa punir sem processo, os autores de crimes considerados “menores”, com uma pena que varia de um a três anos de trabalhos forçados.

A 29 de Julho, quase um milhar de polícias destruiu um igreja protestante em Hangzhou, prendendo 50 fiéis que ali se manifestavam. Ainda não há notícias relativamente a quatro pessoas.

Esta semana, foi noticiado em todo o mundo que um grupo de quase cem católicos foi atacado pela polícia, no norte do país, quando exigia a libertação de um Bispo – de 82 anos – e de um Padre, recentemente presos. A Igreja Católica clandestina na China, fiel ao Papa, é formada por cerca de 8 milhões de pessoas que não aceitam o controlo exercido pelo governo comunista através da Associação Patriótica Católica, instituição que se atribui o direito de nomear bispos ou controlar outros muitos aspectos da vida da Igreja.

Fonte: Agencia Ecclesia

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