A China perdeu uma oportunidade para mostrar o progresso nas questões de direitos humanos e liberdade religiosa durante os Jogos Olímpicos, disse a Casa Branca nesta segunda-feira, depois que oito norte-americanos foram deportados por fazerem protestos.

O presidente norte-americano, George W. Bush, compareceu à cerimônia de abertura e a diversos eventos, mesmo com a pressão de parlamentares e ativistas, que diziam que sua presença poderia legitimizar a supressão das liberdades de expressão e religião do governo chinês.

Durante encontros com líderes chineses em Pequim, Bush os pressionou para que fossem mais favoráveis à liberdade religiosa e para que permitissem maior liberdade de expressão.

Mas o estímulo parece não ter funcionado: 77 das solicitações feitas por cidadãos para protestar legalmente em parques especialmente designados não foram aprovadas e dois requerentes foram condenados a um ano em campos de trabalho forçado.

O ‘Repórteres sem fronteiras’, um grupo de defesa da liberdade de imprensa baseado em Paris, contou cerca de 100 casos nos quais jornalistas ou blogueiros foram incomodados, detidos, e em alguns casos espancados ou presos.

Com o encerramento dos Jogos Olímpicos, oito norte-americanos favoráveis à causa do Tibete foram deportados por tentativas de protestos contra o governo chinês, de acordo com o grupo ‘Estudantes por um Tibete Livre’.

“Foi talvez uma oportunidade perdida pelos chineses, que poderiam demonstrar a vontade de ser mais abertos e de permitir mais liberdade de expressão e liberdade de religião enquanto o mundo todo estava assistindo”, disse o porta-voz da Casa Branca Tony Fratto.

“Eu diria que estamos desapontados com o fato de que eles não aproveitaram por inteiro a oportunidade que lhes foi oferecida enquanto o mundo todo assistia à Olimpíada”.
Pequim se irritou com os conselhos de Washington, dizendo que eles eram interferências desnecessárias nos assuntos internos chineses.

Mesmo assim, Fratto disse que o governo Bush acredita ter tido um impacto na liderança chinesa.

“Achamos que nossa relação com a China teve um impacto positivo em relação às liberdades de expressão e de religião na China”, disse.

Fonte: O Globo Online

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