Bandeira da China
Bandeira da China

Para evitar que os cristãos frequentem igrejas próximas às suas casas, autoridades chinesas estão reduzindo o número de templos protestantes que são regulados pelo Estado, informa o site Bitter Winter, focado em liberdade religiosa e direitos humanos na China.

O governo do condado de Poyang, na província de Jiangxi, fechou em maio pelo menos 50 igrejas registradas pelo Movimento Patriótico das Três Autonomias. Um funcionário do governo disse a Bitter Winter que seus superiores exigiram a fusão das congregações aprovadas pelo Estado na região e o redirecionamento das igrejas restantes para outro uso.

“A mudança visa reduzir o número de locais religiosos para que eles não superem os comitês [políticos] da vila”, explicou o funcionário. “Se houver 14 igrejas em dez vilas, o número deve ser reduzido para 10, e os secretários do Partido Comunista da China nas vilas devem participar da gestão dessas igrejas. Os locais que se recusarem a cumprir a ordem serão demolidos”.

De acordo com alguns diretores de igrejas, vários locais foram fechados depois que as autoridades locais confiscaram seus certificados de registro.

Um diácono da Igreja das Três Autonomias no condado disse que desde maio, um representante do governo ordenou que fossem entregues todos os certificados da igreja emitidos pelo Escritório de Assuntos Religiosos. “Como eu não concordei, ele foi à minha casa e levou todos eles”, explicou o diácono.

Depois que o diretor de uma igreja da cidade de Sishilijie, em Poyang, se recusou a se fundir com outra igreja, um oficial pegou à força o certificado da igreja.

“O governo mente para nós quando diz que as igrejas das Três Autonomias são livres para funcionar”, comentou o diretor. “As políticas mudam a cada ano. Quando o certificado de uma igreja é retirado, isso significa que o local está fechado”.

“Construímos nossa igreja depois de obter todas as autorizações e certificados necessários”, disse um membro em lágrimas depois que o certificado de sua igreja foi confiscado. “Não há espaço para negociações com o governo; eles teriam me prendido se eu tivesse recusado”, acrescentou um diácono.

Falsa liberdade

Na cidade de Jinpanling, em Poyang, pelo menos nove igrejas foram fechadas, depois de serem ordenadas a se fundirem com outras congregações. Algumas se recusam a fazer a fusão e organizam suas próprias reuniões, mas os membros são obrigados pelo governo a adorar em locais designados.

A Igreja Chengxi, com uma congregação de quase 400 pessoas em Suqian, no condado de Siyang, foi fundida em julho de 2019. Seu diretor foi ameaçado de punição por “se opor ao Partido Comunista” caso se recusasse a assinar o acordo de fusão.

Uma igreja foi demolida em Suqian no dia seguinte e sua congregação foi fundida com outro local. Um mês depois, uma praça foi construída em seu lugar. Ironicamente, um quadro de avisos na praça proclama que “os cidadãos têm liberdade religiosa garantida”.

“O governo remove cruzes e funde igrejas, mas se recusa a admitir que as religiões na China são perseguidas”, disse o líder de uma igreja em Poyang. “Com todo esse assédio, o número de crentes diminuirá e eles serão forçados possivelmente a desistir de sua fé”.

Fonte: Guia-me com informações de Bitter Winter

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