O Fantástico abordou no último domingo (8) os bastidores da misteriosa seita da Cientologia, apontada como o motivo da separação entre a atriz Katie Holmes e o astro de Hollywood Tom Cruise.

A reportagem mostrou os estranhos métodos utilizados pela religião entre seus adeptos, entre eles o uso de um aparelho de detecção de mentiras, que seria usado para que os fieis “descarregassem sentimentos negativos e passassem a se sentir melhor”, de acordo com a matéria, que mostrou cenas de uma reportagem realizada pela BBC.

Outra exigência da seita é terminante proibição de os casais adeptos terem filhos. Marc e Claire Headley, um casal que se retirou dos quadros da organização, disse que a mulher teve que abortar duas vezes para cumprir a exigência imposta.

Depois que decidiram se desligar da religião, eles disseram que integrantes da seita convenceram seus parentes a não terem mais contato com o casal, bloqueando a comunicação entre eles e a família.

De acordo com Johnny Bernardo, estudioso de seitas e heresias do Instituto de Pesquisas Religiosas (INPR), os adeptos da religião praticam o chamado “fair game”, ou vale tudo, em português. Isso quer dizer que seus inimigos podem ser feridos, enganados, desacreditados ou até destruídos, caso os membros da organização achem se fazer necessário.

“Eles podem utilizar a força física, pois são doutrinados a defenderem a organização contra todo inimigo interno e externo impondo sua força física e mental ou mesmo travar longas batalhas judiciais se necessário contra o que chamam de seus ‘agressores’”, diz Bernardo.

Bernardo pesquisou em institutos especializados em doutrinas destrutivas e no documentário realizado pela BBC, e atuou como consultor da reportagem do Fantástico.

Segundo ele, há uma verdadeira rede de espionagem montada pela igreja. “Os membros da seita colocam sob vigilância não somente ex-adeptos e jornalistas mas também agências governamentais”, diz.

Um dos alvos da organização atualmente seria Rick A. Ross, um dos maiores especialistas em seitas destrutivas nos EUA. Já existe um dossiê feito por membros da religião com mais de 15 mil páginas contra o pesquisador, que envolve problemas em sua infância e fase adulta. “É a guerra de informações promovida pela Cientologia contra seus inimigos em potencial”, diz Bernardo.

[b]Estratégias[/b]

A Cientologia tem entre suas principais estratégias para sua divulgação o “recrutamento” de artistas conhecidos do grande público que se tornam espécies de embaixadores de suas doutrinas.

Fundada em 1954 por Lafayette Ron Hubbard, ela tem em seus quadros hoje, além de Tom Cruise, que seria o “braço direito” do mentor da religião, John Travolta e até mesmo Lisa Marie Presley, além de Juliette Lewis, que estariam nos quadros da organização.

A seita cresce exponencialmente nos EUA. Somente na Flórida cerca de 9 mil adeptos estariam reclusos, mas trabalham incessantemente para a difusão da doutrina, diz Johnny Bernardo.

A Cientologia ainda usaria de métodos pouco ortodoxos para controlar seus adeptos, entre eles a intimidação, ameaças e invalidação. “Nos centros de treinamento e recrutamento da organização ocorre uma verdadeira lavagem cerebral dos adeptos”, revela Bernardo.

“As estrelas da Cientologia não são meros garotos-propaganda contratados para representarem a igreja”, diz Bernardo. “Eles acreditam firmemente em absurdos como a tese de Hubbard de que a humanidade é fruto de sobreviventes enviados do espaço por um ser chamado Xenu”, descreve.

“Há suspeitas de que, tal como ocorreu na Alemanha em relação à Hitler, de que estrelas de Hollywood são realmente manipuladas ou mesmo ‘programadas’ pela Cientologia, conclui Bernardo.

[b]Fonte: Gospel Prime[/b]

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