O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa, disse que é preciso distinguir de situações concretas o projeto de lei de iniciativa popular que exige que candidatos a cargos eletivos tenham ficha limpa.

A afirmação foi feita nessa terça-feira (1º), no seminário Ficha Limpa em Questão, ao comentar as denúncias de um esquema de corrupção no governo do Distrito Federal, revelada pela Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal.

O seminário, voltado para jornalistas, discutiu o conteúdo do Projeto Ficha Limpa e seus pontos mais polêmicos, além das denúncias que envolvem o governador do DF, parlamentares e empresários. “O projeto não pretende cassar nenhum mandato, mas promover um refinamento do processo eleitoral”, afirmou o secretário da CNBB, mostrando que a campanha não tem ligação com a crise do governo local, a não ser em caso de reeleição.

A campanha Ficha Limpa, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, pretende evitar que políticos condenados por crimes graves se candidatem.O deputado Chico Alencar (PSOL RJ), que participou do debate, disse que “a campanha fica reforçada pelo escândalo” atual e defendeu o projeto de lei. No dia 11 de novembro, Alencar pediu urgência para o projeto, que foi encaminhado ao Congresso Nacional há pouco mais de dois meses e continua parado.

Sobre o apoio pedido ontem à CNBB pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em caso de impeachment do governador José Roberto Arruda, dom Dimas disse que ainda não se reuniu com outros integrantes da instituição para discutir o assunto, mas que isso deve ocorrer até a semana que vem.

Em relação ao vídeo dos parlamentares rezando, dom Dimas declarou que “uma oração daquele tipo é uma inversão de valores, porque a religião deixa de ser serviço a Deus e ao próximo para se tornar uma espécie de servir-se de Deus e da boa fé do povo em benefício próprio e isso é lamentável.”

Fonte: Terra

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