Votar é um exercício de cidadania. Assim a CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil) define a importância do voto para o cumprimento real da democracia. A entidade entende que é dever de todos os cidadãos “tomar em suas mãos a batalha política para tornar a sociedade mais justa possível”.

“A igreja não pode ficar à margem da luta pela Justiça. Para isso, ela exorta os cristãos leigos a participarem, com coragem e discernimento, da atividade política”, diz a CNBB no documento.

A CNBB reconhece que o atual momento político, permeado por escândalos de corrupção e má utilização do dinheiro público, contribui para a perda de confiança nos políticos e nas instituições democráticas.

Diante da decepção, muitos eleitores ficam indiferentes, abrindo espaço para o avanço da corrupção. Para a igreja, a pior posição do eleitor é a do descrédito na possibilidade de mudança.

“A atual crise ética e política poderá se tornar ocasião de amadurecimento e aperfeiçoamento das instituições democráticas do país, levando-nos ao comprometimento com a verdade que nos liberta, construindo o Brasil mais justo, solidário e livre, onde Justiça e paz se abraçarão”, avalia a CNBB.

Para a igreja, é fundamental discernir o perfil ético e as verdadeiras motivações dos que se apresentam como candidatos. A instituição comenta que o imenso número de candidatos, principalmente para as eleições proporcionais, às vezes torna essa tarefa impossível.

A CNBB observa que é preciso mudar a mentalidade do povo sobre a importância do voto. Isso porque muitos eleitores ainda acham natural trocar esse direito por benefícios.

“O exercício do voto é um dos instrumentos mais eficazes para fazer acontecer as mudanças necessárias e que tanto almejamos. Assim sendo, é preciso conhecer a fundo os candidatos para votar bem. A decisão está em nossas mãos. Ela acontece através do voto consciente”, orienta. “Voto não tem preço, tem conseqüências”, finaliza a CNBB.

Para o bispo emérito da Diocese de Piracicaba, Dom Eduardo Koaik, uma grande oportunidade para que o povo possa demonstrar o amor à pátria é a participação consciente na escolha de nossos governantes. “O voto é mais do que uma arma, ainda que poderosa, de defesa da democracia. É, sobretudo, o mais sagrado direito e o mais grave dever no exercício da cidadania”, comenta o bispo.

Para ele, o voto nulo anula a própria cidadania e o exercício da democracia. O bispo lembra que o brasileiro conquistou, a duras penas, o direito de escolher seus governantes e não pode abrir mão disso facilmente.

Fonte: Jornal Cidade

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