Ainda parece que foi ontem, quando um filme sem grandes recursos ou expectativas mudou a historia do cinema e se transformou em verdadeira coqueluche entre os adolescentes do final dos anos setenta.
Me lembro que quando fui ao cinema para o lançamento de “Guerra nas Estrelas” em 1977, não tinha a menor idéia do que esperar. Os efeitos especiais naquela época, ainda eram bastante toscos e pensávamos, eu e meus amiguinhos, que “Guerra nas Estrelas” não passaria de mais um filme de aventura com explosões e pirotecnias sofríveis.
Qual não foi nossa surpresa logo na primeira cena, com as legendas em perspectiva sendo projetadas em direção ao infinito; começamos a sentir que algo diferente e inovador estava para acontecer e após a fantástica seqüência de abertura, quando o gigantesco cruzador imperial persegue a nave da princesa Léia, ficamos completamente hipnotizados e grudados no assento.
Nem mesmo as tradicionais e obrigatórias traquinagens de cinema, que eram bem mais divertidas do que os filmes em sí, tiveram mais lugar.
Após o filme, não se falava em outra coisa a não ser sobre os personagens, os sabres-de-luz, as naves e quando voltaríamos para assisti-lo de novo. Eu mesmo perdi as contas depois da vigésima vez que fui ao cinema.
Após esses 30 anos de sucesso inigualável na historia do cinema, fico me perguntando o que fez “Guerra nas Estrelas” ser assim tão especial e granjear legiões e legiões de fiéis seguidores.
No meu caso, posso dizer que os efeitos especiais inovadores na época, mas que hoje já estão absolutamente ultrapassados, foram o principal atrativo. Não espere que um pré-adolescente esteja preocupado com o enredo ou a qualidade do figurino. E afinal de contas era um filme de ficção científica/aventura. Porém, os mais fanáticos irão se apressar em destilar as profundidades filosóficas, ou elementos da cultura nórdica escondidos na trama, paralelos com a mitologia grega e até mesmo componentes bíblicos.
De fato ninguém mesmo sabe a razão de tanto sucesso. Nem mesmo os produtores, que na época estavam temendo que o filme fosse ser um tremendo fracasso e acabar prematuramente a carreira de todos eles. Lêdo engano. Depois de 30 anos e 5 filmes, “Guerra nas Estrelas” se tornou a franquia mais bem sucedida de todos os tempos e tem gerado centenas de milhares de dólares ao longo de sua existência.
O mais incrível, é que se analisarmos bem, a trama do filme é absolutamente comum e sem nada de muito diferente da tal “eterna luta do bem com o mal”; por isso que os fanáticos de plantão sempre conseguem estabelecer alguma ligação com mitologias e até mesmo com a bíblia.
Na verdade, por mais que os liberais e ateus tentem negar, tudo na historia da humanidade segue o rumo descrito no Gênesis, quando da entrada do pecado no mundo.
O homem esta sempre exposto a ação de duas forças antagônicas que influenciam suas ações. Sem Cristo estamos invariavelmente sob a influência maligna do pecado que faz com que o “lado negro” seja preponderante em nossas vidas. O vazio que têm incomodado a humanidade por toda a sua historia só pode ser preenchido pelo sangue remidor de Cristo que nos reconecta com Deus (a “força” suprema) e nos resgata do domínio da carne e suas conseqüências nefastas.
Mesmo sem saber, todos os filmes de aventura, na verdade são um reflexo da luta interior que enfrentamos. Todos os dias uma “Guerra nas Estrelas” é travada, na dimensão espiritual pelas almas perdidas, que ainda não foram salvas. De uma forma ou de outra, todos nós estamos envolvidos nessa batalha. Talvez por isso o filme e seus sub-produtos tenham feito tanto sucesso.
Que a “força” esteja com você.
Leon Neto