Ajudando os Ianomâmis na Crise Humanitária: O Papel da Psicanálise

A psicanálise pode ajudar a compreender como os indígenas estão lidando com a perda de suas terras, cultura e meios de subsistência

Indígenas Yanomami (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
Indígenas Yanomami (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A psicanálise pode oferecer uma compreensão profunda das emoções e dos traumas que os indígenas ianomâmis estão enfrentando durante a crise humanitária.

A partir da perspectiva psicanalítica, é possível compreender como os traumas históricos e atuais estão interligados e como esses traumas afetam a saúde mental e emocional dos indígenas.

A psicanálise também pode oferecer ferramentas para trabalhar com esses traumas e aliviar os sintomas de stress pós-traumático, ansiedade e depressão que podem ser comuns entre os indígenas afetados pela crise. Isso inclui técnicas como terapia de processamento de trauma, terapia de exposição e terapia de grupo.

A terapia de processamento de trauma é uma abordagem psicológica que ajuda as pessoas a lidar com o impacto emocional de eventos traumáticos, como violência, abuso, acidentes ou desastres naturais. O objetivo é ajudar as pessoas a compreender e processar as emoções negativas relacionadas ao evento traumático e superar seus efeitos.

A terapia de exposição é uma técnica de tratamento psicológico que envolve confrontar de forma controlada a memória ou situação relacionada ao trauma, a fim de ajudar a pessoa a lidar com suas reações emocionais e físicas. A terapia de exposição é usada como uma parte importante da terapia de processamento de trauma.

Ambas as terapias têm uma correlação com a teoria psicanalítica, pois compreendem que o trauma pode ser armazenado no inconsciente e influenciar a vida das pessoas de forma negativa, inclusive em suas relações interpessoais.

A terapia de processamento de trauma e a terapia de exposição fornecem ferramentas para trazer à consciência esses traumas e trabalhar através deles, ajudando a pessoa a se libertar de sua influência negativa sobre sua vida atual.

Além disso, a psicanálise pode ajudar a compreender como os indígenas estão lidando com a perda de suas terras, cultura e meios de subsistência, e como essa perda afeta sua autoestima e senso de identidade.

A terapia psicológica também pode ajudar os indígenas a desenvolver ferramentas para lidar com o estresse e a ansiedade associados à fome e às doenças, e a encontrar formas de reconstruir suas comunidades e sua cultura.

É importante destacar que a crise humanitária envolvendo os indígenas ianomâmis é um problema complexo e multifacetado que requer uma abordagem multidisciplinar e colaborativa, incluindo ações de saúde, assistência humanitária, proteção dos direitos humanos e políticas públicas que garantam acesso à alimentação, à saúde e ao desenvolvimento sócio-econômico.

A Psicanálise pode ser uma das ferramentas para auxiliar no processo de cura e superação desse traumas causados pela negligência dos governantes.

Helena Chiappetta

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Helena Chiappetta
Maria HELENA Barbosa CHIAPPETTA é psicanalista clínica pela ABRAPSI, psicóloga clínica (CRP - 02/22041) e neuropsicóloga; avaliadora datista CORETEPE (CRTP-1041). Especializou-se em Psicanálise, Psicopatologia e Saúde Mental, Terapia Familiar, Arteterapia, Psicopedagogia Clínica e Institucional, e em Ciências da Religião; tem Licenciatura em Filosofia e em Pedagogia, além do Bacharelado em Teologia; é bacharelanda em Psicanálise e está cursando Licenciatura em Sociologia e Letras. Atualmente é professora convidada no Curso de Formação em Psicanálise da SNTPC, tem experiência como docente de Hebraico Bíblico, Psicanálise e Teoria Analítica, Educação Religiosa, Artes, Teologia com ênfase em Ciências da Religião Aplicada e Liderança Institucional. Dedica-se ao estudo das neuroses atuais, também é professora convidada da FATIN no Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Psicanálise e Teoria Analítica, além de ser colunista deste Portal Folha Gospel. E-mail: helena.chiappetta@icloud.com Instagram profissional: @h.chiappetta Instagram do projeto Espaço Livre Mente: @espacolivre_mente
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