Semana passada, enquanto escrevia sobre o caso de violência doméstica envolvendo o cantor gospel Bebe Wynans, descobri que o mesmo atua como jurado em um programa similar ao famoso “American Idol”. A diferença é que se trata de uma versão gospel do citado programa.
Com a mesma estrutura, incluindo as manjadas audições públicas com milhares de candidatos se expondo ao ridículo, o programa “Sunday Best” é transmitido pelo canal à cabo americano, BET (Black Entertainemnt Television ), direcionado ao público negro daquele país. O título vem de uma expressão em inglês que normalmente é usada quando se quer dizer que se está usando a melhor peça do seu guarda-roupas.
Os produtores do show não tentaram nem um pouco ser originais e incluiram três jurados, tal qual o primo rico, e mantiveram basicamente as mesmas regras e formato.
Particularmente achei o programa de péssimo gosto. Chega a ser pior do que “Ídolos” , versão tupiniquin do American Idol. Sob a premissa de encontrar o próximo “Superstar Gospel”, o programa que já está em sua segunda edição, é apresentado por Kirk Franklin e tem como jurados, além de Bebe Wynans, Erica Campbell e Tina Campbell do grupo “Mary Mary”.
Mesmo sendo um pouco mais comedidos do que Simon, Paula e Randy, jurados do American Idol, o júri de “Sunday Best” não poupa palavras duras aos candidatos mais fracos, e raramente faz algum comentário que valha a pena.
A única diferença na proposta dos dois programas de calouros, é que “Sunday Best” exige que os candidatos cantem musicas gospel. De resto é tudo igual. Ou seja, os objetivos são puramente comerciais. O que se quer é fazer dinheiro com os vencedores e com a transmissão do programa. Tanto, que um dos produtores do “American idol” também está envolvido na produção de “Sunday Best”. Falando nisso, semana passada uma ex-concorrente do American Idol que não passou das eliminatórias e teve seus minutos de fama na época, por se vestir toda de amarelo em roupas muito apertadas para sua estrutura física, também tentou a sorte em “Sunday Best”. Dessa vez foi toda de rosa-choque . e claro, não passou da primeira fase.
Devo confessar que não vejo com bons olhos o tal programa e nem outras coisas do gênero, como festivais de musica Cristã, concursos de talento evangélico e até mesmo esses milhões prêmios que existem na industria fonográfica cristã. Acho que os malefícios suplantem em muito os benefícios. Se por um lado esses eventos servem para descobrir talentos no meio evangélico, por outro geram competição e vaidade, dois males que nào podem fazer parte da vida de quem se diz Cristão.
Nós precisamos entender que Deus não está atrás de talento. Deus está à procura de adoradores que o adorem em espírito e em verdade. Deus está à procura de servos e não de “superstars”. Deus está à procura de quem queira viver para o evangelho, e não para realizar seus sonhos de fama e fortuna. Deus está à procura de quem esteja disposto à ser humilhado e não exaltado.
O pastor Ademar de Campos costuma dizer, e com razão, que a competição entrou no mundo através de Lúcifer, que quis ser igual a Deus, e não pode estar presente no meio evangélico de forma alguma. O povo de Deus precisa de cooperação e não de competição. Prêmios, concursos e afins mais atrapalham do que ajudam, na minha opinião.
“nada façais por contenda ou por vangloria, mas com humildade cada um considere os outros como superiores a sí mesmo; não olhe cada um para o que é seu, mas cada qual também para o que é dos outros. Tende em vós aquele mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”. (Filipenses 2:3-5)
Um abraço,
Leon Neto