Amy tinha apenas 27 anos. Viveu muito pouco tempo. Se Beethoven tivesse morrido com a mesma idade, não teria composto a nona sinfonia, Einstein não teria formulado a teoria da relatividade, Pelé não teria sido tri-campeão do mundo de futebol e Luiz Gonzaga não teria composto “Asa Branca”.
27 anos é muito pouco tempo. Eu com essa idade não sabia nada da vida, não tinha tido a alegria suprema de ser pai, ainda não tinha definido o meu futuro profissional. Nem posso imaginar o quanto eu teria perdido se não tivesse passado dessa idade.
É bem verdade que Amy nos seus tenros 27 anos de vida, teve mais conquistas na vida do que a maioria das pessoas. Amy ganhou diversos prêmios internacionais, mais dinheiro do que poderia gastar em 100 anos e fama e sucesso profissional.
Há quem diga que vida de artista é assim mesmo, que é melhor viver pouco mas intensamente. Fazer o que der na telha, sem se preocupar com o amanhã. Amy se junta a uma galeria de ícones da música pop que por uma mórbida coincidência, morreram também aos 27 anos. Jimmy Hendrix, Jim Morrison, Janis Joplin e Kurt Cobain, todos à exemplo de Amy, pagaram com suas vidas pelas más escolhas que fizeram nos seus curtos 27 anos de existência.
As reações são sempre as mesmas; tem gente que fica lamentando a perda de um talento inigualável, outros celebram a carreira e as conquistas do artista, os produtores correm para tentar fazer o máximo de dinheiro possível e capitalizar com a morte inesperada.
Mas pouca gente pensa nessa hora, nas coisas que Amy não vai poder vivenciar. Amy não teve tempo de exorcizar seus demônios internos e vencer os vícios que a consumiram pouco a pouco. Não teve tempo de viver as coisas simples da vida, que no final das contas são as mais valiosas, bem mais do que fama e dinheiro. 27 anos é muito pouco tempo. Ainda mais quando se parte de uma forma tão inútil e desnecessária.
Um abraço,
Leon Neto