O Oscar desse novo ano tem alguns componentes bem interessantes. Clint Eatswood, depois de ser premiado como diretor, pode finalmente receber seu troféu como melhor ator.
Quando todos imaginavam que sua carreira como ator estivesse encerrada, aos 78 anos de idade o velho Clint aparece disparado como possível indicado por sua atuação no filme “Gran Torino”.
Quem diria que aquele ator meio canastrão metido a mocinho durão fosse sair dos ‘Werstern-spaguettis” de Sergio Leone e se tornar um diretor e ator respeitável. Apesar da indicação quase certa, a critica especializada não gostou muito de “Gran Torino” e tampouco da atuação de Eastwood; mas, já vimos muitas premiações semelhantes em que o ator termina recebendo uma homenagem pelo conjunto da obra e não pelo filme em questão.
Disputando a mesma estatueta, podemos ainda arriscar os nomes de Sean Penn, que faz um político gay no filme “Milk”e Frank Langella por sua surpreendente personificação de Richard Nixon em “Frost/Nixon”.
Na categoria de ator coadjuvante, talvez uma barbada, com a possível indicação póstuma de Heath Ledger em “O Cavaleiro das Trevas”. A academia não gosta muito de premiar filmes de ficção ou aventura, mas dessa vez acho difícil fugir da previsão. Heath está brilhante como “Coringa”e merece ao menos uma indicação; além disso, sua tragédia pessoal certamente vai influenciar os votos.
Anne Hathaway tem boa chance de concorrer à estatueta de melhor atriz e até mesmo faturar o prêmio, infelizmente. Será mais uma atrizinha sem graça, tipo Gwyneth Paltrow, Julia Roberts e Reese Witherspoon, à levar o Oscar mais por simpatia do que por talento. Minha esperança é que Kate Winslet, essa sim atriz de verdade, e que pode concorrer em duas categorias , venha nos salvar de mais uma injustiça.
Para melhor filme, todos tem comentado bastante aqui nos Estados Unidos sobre “Slumdog Millionaire” do diretor Britanico Danny Boyle. O filme traz atores desconhecidos do grande público e foi quase que totalmente filmado em Mumbai, em locações muito próximas de onde os recentes atentados terroristas ocorreram. A temática do filme é bastante original e mistura bem elementos dramaticos e cômicos, mas não acho que vai arrancar dos membros da academia votos suficientes para ganhar o páreo. As melhores apostas, creio que ficarão por conta de “Frost/Nixon”, “Milk”e “The Curious Case of Benjamin Button”.
Infelizmente o Brasil deve ficar fora da festa mais uma vez. O filme de Bruno Barreto “Ultima parada 174” não tem sido muito comentado por aqui e não parece ter grandes chances de receber uma indicação. Só espero que isso não prejudique a carreira desse filme no Brasil.
O Oscar é um prêmio feito para a industria cinematográfica norte-americana e nós não precisamos do aval de ninguém de fora para saber o que é bom para o nosso público e principalmente o que é importante para nossa sociedade discutir e refletir.
Um abraço,
Leon Neto