Atriz pornô ganha causa contra “CQC”

Essa semana foi dado ganho de causa à atriz pornô Pamela Butt, na ação que esta movia contra o programa humorístico “CQC”, exibido pela TV Bandeirantes.

A ação existiu por conta de uma referência feita por Marcelo Tas, um dos apresentadores do CQC, chamando a tal atriz de prostituta.

A bem da verdade, o Marcelo Tas se confundiu ao anunciar um debate que iria acontecer na semana seguinte, ao dizer que viriam ao programa “um padre e uma prostituta”, mas depois logo se corrigiu dizendo ser um atriz pornográfica. Por conta desse deslize, a Bandeirantes vai ter que desembolsar 102 mil reais e a produtora do programa mais 51 mil reais em indenizações para Pamela.

Fui dar uma olhada em dicionários de língua portuguesa, e em todos a palavra “prostituição” é definida como oferecer, ou trocar favores sexuais por dinheiro. O Aurélio diz que prostituição e’ ”ato de se prostituir, comércio profissional do sexo”. Ora, sendo assim qual é a grande diferença entre prostituição e filmes pornográficos? Em ambos os casos se está comercializando o sexo; em ambos os casos, se está vendendo favores sexuais em troca de dinheiro. E não me venham com esse argumento estúpido de dizer que é tudo interpretação, trabalho de ator e coisa e tal, que isso é forçar a barra enormemente. Quem quer ser ator ou atriz vai estudar, fazer teatro e não filme pornográfico. E curiosamente, “pornografia” deriva do termo grego “porne” que quer dizer “prostituta”.

A grande diferença então, é que legalmente (e que Gilberto Garcia, nosso colunista jurídico que inclusive explorou o tema da legalização da prostituição recentemente aqui no FolhaGospel, corrija-me se eu estiver errado), pornografia não é crime. E essa talvez tenha sido a base para a condenação do CQC. Exceção feita à pornografia infantil, produtos pornográficos são comercializados livremente no Brasil sem nenhum tipo de controle ou repressão. E isso só mostra o grau de hipocrisia de nossa sociedade. Porque moralmente e eticamente prostituição e pornografia são a mesma coisa. O tal juiz que deu ganho de causa à Pamela Butt perdeu uma grande chance de passar uma mensagem para a sociedade, a de que todos nós deveríamos rejeitar a imoralidade com veemência, e em todas as suas formas.

Mas, como qualquer outro vício, essas coisas só existem e são toleradas, porque a própria sociedade que deveria condená-las, as sustenta e financia. Assim como o tráfico de drogas e a industria do jogo, prostituição e pornografia são frutos da concupiscência do cidadão comum.

É lamentável como vários atores e atrizes no Brasil estão cada vez mais se voltando para a industria pornográfica como opção de trabalho. É o que de mais baixo, mais imoral poderia acontecer para um ator, mas os exemplos estão aí, em numero cada vez maior. É lamentável também a glamourização da prostituição, como aconteceu com Bruna Surfistinha, por exemplo, que depois de publicar seu livro de memórias virou celebridade frequentando programas de auditório e de entrevistas em vários canais de televisão e radio. O livro, por sinal já virou filme e está prestes à ser lançado com Deborah Secco no papel principal.

Graças à Deus que mesmo nesse meio imundo da pornografia, pessoas tem sido resgatadas. Regininha Poltergeist, que fez sucesso na década de 80 como uma das dançarinas de Fausto Fawcett, e que chegou a fazer alguns filmes pornográficos, se converteu recentemente e já não tem mais que vender seu corpo nessas produções imorais.

O amor de Deus não tem limites, e todos podem ser alcançados, sejam prostitutas ou atrizes pornôs.

Um abraço,

Leon Neto

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