Queridos amigos, hoje quero conversar com você sobre a peça-chave de seu casamento: comunicação. Vamos pensar nisso juntos?
Antes de tudo, aprenda a se comunicar de maneira inteligente. É possível se comunicar sem que haja conexão saudável, mas é uma comunicação ineficiente que não aproxima as pessoas e nem promove a unidade da família. Se preocupar em praticar uma boa comunicação, é fazer um investimento de tempo para se ter mais qualidade no relacionamento conjugal e familiar. Sendo assim, qual é a comunicação que leva o indivíduo a uma boa conexão? Podemos chamar de “comunicação inteligente”, tema tão bem elaborado por Tiago, bispo de Jerusalém. “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar” (Tg 1:19 – grifo meu). Este versículo é uma síntese do que significa comunicar-se de forma construtiva, inteligente.
Deus deu aos seres humanos “uma boca” e “dois ouvidos”, para no mínimo ouvirmos o dobro do que falamos. Isso é comunicação inteligente. Qualquer casal que deseje construir um relacionamento com muita qualidade, precisa desenvolver a arte do ouvir.
Falar de comunicação na convivência a dois, é falar de proximidade, comunhão, intimidade. É através da comunicação que o casal procura desfrutar da companhia um do outro em todos os aspectos possíveis. O texto de Eclesiastes é altamente recomendável quanto a isso: “Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol” (Ec 9:9 – grifo meu).
Não está escrito, brigue a vida toda com a mulher que amas; digladie-se toda a vida com a mulher que amas; guerreie a vida contra a mulher que amas; perturbe a vida da mulher que amas. Nada disso. A palavra é “goza”! O que se depreende da palavra gozar? Não se trata somente de sexo (orgasmo), mas de se viver de maneira espontânea e alegre; significa viver a plenitude da vida, viver “gozando a vida” segundo o que foi planejado por Deus.
A maneira como o casal se comunica determinará a qualidade da viagem conjugal.
Em uma viagem longa, feita por um grupo de pessoas, é um fator decisivo, saber dialogar, conversar, se comunicar. Sabemos que, se o processo de comunicação for comprometido, por alguma razão, a viagem estará fadada a ser insuportável provocando até a desistência de alguns. No casamento não é diferente. Leon Tolstoi, escritor e poeta russo, disse: “A palavra pode unir os homens, a palavra pode também separá-los, a palavra pode servir o amor como pode servir a amizade e o rancor. Livra-te da palavra que pode provocar o ódio”.
Então, para que o casal desenvolva uma comunicação que seja construtiva tornando a viagem conjugal uma experiência maravilhosa, é necessário atentar para o seguinte:
Construa um ambiente que facilite a comunicação no lar. É preciso bater novamente na tecla de que o casamento não vem pronto, se constrói. Lembre-se, a relação é bem edificada quando fundamentada num ambiente onde há bondade, confiança e abertura. Aprende-se melhor a praticar a arte da comunicação quando esta é aberta, honesta e sem agressões verbais ou físicas. O amor deve ser a motivação maior neste processo de construção do ambiente que favorece a comunicação. O Apóstolo Paulo escreveu: “Sejam bondosos e compassivos uns com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Ef 4:32 – grifo meu).
Lembre-se, a bondade é o amor em ação. É o amor que me faz bondoso, e a bondade me faz agradável.
Encontramos três ingredientes principais na bondade:
Gentileza – Uma pessoa gentil é amável, atenciosa, cortês, delicada, educada e graciosa. Todo mulher espera ter ao lado um homem com esse perfil. Ninguém nasce com essa virtude de caráter, o homem e a mulher aprendem a ser gentis. Todo nós precisamos fazer um exercício diário para desenvolver essa qualidade que nos torna pessoas nobres. Você se considera uma pessoa gentil, dentro e fora do seu lar? Sempre digo nas minhas palestras, trate as pessoas como você gostaria de ser tratado. Lembre-se, gentileza gera gentileza.
Prestabilidade – A melhor definição para prestativo, é: “prontidão para servir”. Gosto da frase que diz, “quem não serve, não serve”. O casamento ganha muito em qualidade, quando marido e mulher têm um coração servil. Se os casais soubessem que servimos bem a Deus, quando servimos bem ao próximo, teriam menos conflitos em casa e viveriam bem melhor.
O pastor norte-americano, Martin Luther King, disse: “Todas as pessoas podem ser grandes porque todas podem servir. Não é preciso ter um diploma universitário para servir. Não é preciso fazer concordar o sujeito e o verbo para servir. Basta um coração cheio de graça. Uma alma gerada pelo amor.” Você é uma pessoa sempre pronta para servir dentro e fora do ambiente da sua casa?
Iniciativa – As pessoas bondosas, sempre fazem a diferença onde quer que estejam ou atuem, porque elas são proativas. Elas não esperam serem solicitadas, elas fazem o que têm que ser feito, vão sempre além da obrigação. Conheço esposas e maridos que vivem uma “vida conjugal pequena”, porque só fazem aquilo que é obrigação, nada mais. Casais inteligentes sempre estão prontos para agir em favor do casamento, fazendo com excelência aquilo que não foi pedido, mas que é necessário ser feito.
É interessante como comprometimento e iniciativa são como duas assas de um avião. Toda pessoa comprometida tem iniciativa própria em favor daquilo com o qual está comprometido. Podemos dizer que a minha iniciativa demonstra o nível do meu comprometimento. É impossível amar e não estar comprometido, porque o amor automaticamente nos compromete. Quem ama é bondoso e pessoas bondosas têm iniciativa em favor do bem-estar da pessoa amada. Lembre-se, a alegria no casamento ainda está ligada ao nível diário de bondade expressada.
A pessoa bondosa é nutridora, por isso sua ausência provoca saudades. Responda com honestidade:
Você faz falta? A sua ausência provoca saudade, ou alivio nas pessoas? É bom voltar para casa por sua causa? A nossa resposta a essas perguntas, pode revelar onde é necessário melhorarmos.
Pr. Josué Gonçalves
(Artigo publicado originalmente em 27/01/2018 no site Pleno.News)