Neste mesmo diapasão Anselmo Góis, titular de uma das colunas mais lidas de O Globo, fez uma digressão, “Seria Crivella um neochaguista?”, publicada em 21.10.16, numa analise política de um dos candidatos, e sua ligação com a denominada prática assistencialista, apontando que “(…) Esse discurso, aliado à ligação dele com a Universal, que, como todas as Igrejas, tem a compaixão e a caridade como mantras, permite supor que um eventual governo Crivella flertaria com o assistencialismo e o clientelismo. (…)”, quando, também, destaca a ligação do então Senador Marcelo Crivella, evangélico candidato a prefeito.
Também é de Anselmo Góis, em sua prestigiada coluna, O Globo, 23.10.16, um destaque a religião do candidato, sob o título: “Satanás, esconjuro”, fez questão de ressuscitar uma situação, ocorrida em 1989, ou seja, há quase trinta anos, quando recordou um episódio que ele denominou de “(…) obscurantista da Igreja Universal (…)”, que revelam atitudes que devem ser evidentemente rechaçadas e reprovadas socialmente, inclusive com reprimendas legais, mas que trazido a lume no período eleitoral só comprovam a discriminação religiosa na cidadania eleitoral aos evangélicos no afã de “demonizar” a candidatura do evangélico Marcelo Crivella.
Surpreende Zuenir Ventura, O Globo, 22.10.16, “Só desculpa não basta”, que ao analisar um debate televisivo só foca a participação de um dos candidatos, o evangélico Senador Marcelo Crivella, chamando de “posições obscurantistas” e “intolerância religiosa”, uma percepção dogmática exposta dentro de um ambiente geográfico e contexto histórico, especifico e peculiar, olvidando o direito religioso de qualquer cidadão, que, pode ser conveniente a uns e inconveniente a outros, mas que foi explicado pelo candidato evangélico, contudo, segundo o articulista de vanguarda a atitude de desculpar-se, ou, pedido público de perdão não basta; sendo, ainda mais explicito em sua discriminação religiosa na cidadania eleitoral, no artigo, “A difícil escolha”, 29.10.16, O Globo, quando assevera, “(…) Já Crivella representa não um eventual desvio, mas um planejado projeto de poder com a política a serviço da religião. (…)”.
Na edição de 24.10.16, O Globo, Nelson Motta, “Deus e o diabo na terra do PSOL”, também no viés religioso evangélico, “(…) Só para lembrar: O Brasil já teve um presidente evangélico, o vice José Alencar, que assumiu o poder nas incontáveis viagens de Lula, sem nada que o desabonasse. (…)”, e prossegue demonstrando seu inconformismo com a vontade do eleitor do Rio, que as pesquisas de opinião indicavam, “(…) O que surpreende é metade da juventude carioca apoiar um ultraconservador como Crivella (…)”, enfatiza o aspecto da discriminação religiosa de sua analise eleitoral, “(…) E Crivella tem que jurar por Deus que não vai acusar a oposição de estar possuída por “espíritos imundos” e a serviço de “doutrinas demoníacas” (…)”, olvidando que a sociedade brasileira sua ampla maioria é conservadora, daí a dificuldade da imposição de uma agenda ideológica progressista que contraria valores religiosos e práticas morais, pois estes são embasados historicamente numa cultura judaico-cristã.
É de analista político Ricardo Noblat, O Globo, 24.10.16, “Crivella e seus demônios”, o registro “(…) CRIVELLA CONSIDERA-SE vitima de uma campanha movida por veículos de comunicação (…), destacou a posição do candidato evangélico que, “(…) Criticou a revista “Veja”, que publicou em capa destinada unicamente a leitores do Rio duas fotos deles no ato ser fichado na delegacia do Catete. E também este jornal e a TV Globo por darem espaço aos que o atacam (…)”, tendo, antes feito questão de enfatizar a ligação evangélica do candidato “(…) Marcelo Crivella (PRB), bispo da Igreja Universal, denominação neopentecostal fundada há quase 40 anos (…)”,acentuando o preconceito religioso de sua analise eleitoral, como tem ocorrido com candidatos com vínculos religiosos conservadores, seja nos meios de comunicação, seja por outros candidatos, como já havia ocorrido de forma vexatória, na campanha do segundo turno da eleição para governador do RJ, em 2014, também com o evangélico Marcelo Crivella, tendo se repetido nas eleições de 2016.