O que era para ser apenas mais um desses filmes motivacionais com forte conteúdo cristão, acabou criando certa polêmica nos EUA, no final do ano passado.
O motivo foi a classificação do filme no sistema de censura da indústria americana, como “PG” (Parental Guidance) , ou seja impróprio para menores de 12 anos desacompanhados dos pais. O motivo? Sexo, violência ? Nada disso. Cristianismo.
O que incomodou os censores, no filme “Enfrentando os Gigantes” (Facing the Giants) foi o excesso de princípios cristãos incluídos na trama e o visível tom evangelístico inserido no filme. Assim, acharam que as pobres criancinhas não poderiam ser expostas à tal mensagem, sem o acompanhamento dos pais.
O filme traz uma mensagem bem bonita sobre superação de problemas e submissão à vontade de Deus, ambientada em uma “High School” do interior da Geórgia. O técnico de futebol americano da escola está à beira de um ataque de nervos, e tudo parece dar errado em sua vida; o time, um verdadeiro saco de pancadas, não ganha de ninguém, suas finanças vão de mal a pior e sua esposa não consegue engravidar. Então, depois de uma reavaliação de seus valores espirituais, o técnico começa a obter bons resultados com o seu time e tudo o mais parece voltar aos eixos.
Estorinha bem simples e previsível, como a de milhares de filmes do gênero, não deveria ter causado assim tanta polêmica. Já vi filmes semelhantes, valorizando filosofias orientais e esotéricas, e ninguém ficou muito ofendido. Mais uma vez, parece que existem dois pesos e duas medidas na mídia americana; O cristianismo continua sendo perseguido, embora seja a religião da maioria esmagadora da população. Tudo sob o argumento do “politicamente correto”.
O grande “pecado” de “Enfrentando os Gigantes”, foi ter sido lançado no circuito comercial secular, como qualquer outro filme, e não apenas junto ao segmento cristão. A mídia não perdoou muito esse fato. Afinal, a indústria cinematográfica, onde imperam a imoralidade, a vaidade, a cobiça, não iria tolerar assim facilmente a introdução de valores cristãos em seus domínios.
Como seria de se esperar, o filme foi violentamente atacado pela crítica especializada e até mesmo ridicularizado. E do ponto de vista técnico, o filme é bem ruinzinho mesmo. os atores, sofríveis; a trama, maniqueísta e previsível; as cenas de ação, apenas razoáveis. Mas, nada disso tem importância, diante da poderosa mensagem propagada, e dos alvos que tem atingido.
Produzido por meros 100 mil dólares, “Enfrentando os Gigantes”, já rompeu a barreira dos 10 milhões de dólares (cerca de 18 milhões de reais) de lucro, somente nas salas de cinemas americanas. Nada mal para um filme produzido quase que integralmente por uma Igreja local, a Igreja batista de Sherwood, em Albany, no estado da Georgia. O seu impacto junto à comunidade evangélica norte-americana tem sido muito grande e muitas conversões atribuidas a ele.
Lançado no Brasil diretamente em DVD, o filme me fez lembrar de produções dos anos 70 e 80, com muito menos estrutura e repercussão, que eram veiculadas em acampamentos Palavra da Vida e colégios batistas. O conteúdo e as mensagens são praticamente idênticos e os objetivos também. A única diferença é o fato de ter “dado a cara para bater” e ter a ousadia de furar o bloqueio do cinema secular americano. Isso sim é “Enfrentar os Gigantes”.
Um abraço,
Leon Neto