Século XXI; os avanços tecnológicos parecem não ter fim e surgem com rapidez nunca antes imaginada. À pouco tempo atrás, gravar um disco, tornar-se conhecido, ter musicas divulgadas era façanha extremamente difícil e penosa, sem garantias de sucesso. Hoje, basta pegar a câmera do tio emprestada, reunir a banda na garagem, mandar brasa e…. postar no “Youtube”!
Se você esteve em outro planeta nos últimos dois anos e não sabe o que vem a ser o tal “Youtube”, trata-se de um megaportal da internet, onde pode-se colocar vídeos de qualquer tipo e formato, de forma gratuita e com livre acesso para o público da rede mundial de computadores. Nunca foi tão fácil estar na mídia e conseguir sucesso instantâneo. A internet tem causado verdadeira revolução no processo de produção e aquisição de música. Mas, será que isso tudo é bom ou ruim para a música cristã?
Certamente existe um lado bem interessante, já que torna mais fácil a divulgação de bandas e cantores que de outra forma estariam alijados dos meios de comunicação e das ferramentas de divulgação das grandes gravadoras. Especialmente para estilos mais refinados, que não encontram ressonância com o grande público, a internet tem sido benção. Recebo sempre sugestões de arquivos interessantes, enviados às vezes pelos próprios artistas, que de outra forma teria muita dificuldade de tomar conhecimento. E mesmo estando fora do Brasil, consigo me manter atualizado, em grande parte, graças à internet.
Além disso, a internet provê também a possibilidade de interação com o público. Pode-se publicar opiniões, críticas e até mesmo fazer contato com bandas e cantores. Não faz muito tempo, alguns vídeos causaram bastante barulho e geraram acaloradas discussões, Brasil à fora. Dois bons exemplos disso são o episódio da “Unção do Leão” e a musica “Ê Proibido Pensar”.
Contudo, deve-se tomar muito cuidado em relação ao conteúdo dos arquivos disponíveis. Nem tudo o que vemos e ouvimos é de fato verdade; todo mundo sabe como é fácil manipular imagens e áudios e adulterar vídeos originais. Como não se tem controle sobre quem posta os arquivos, muitas aberrações podem acontecer à revelia dos artistas. No vídeo de “É Proibido Pensar”, por exemplo, a montagem e edição não foram feitas e nem aprovadas por João Alexandre. Contudo muitos internautas o criticaram ferozmente pelo vídeo que ele mesmo não montou.
E mesmo filmagens de eventos devem ser investigadas com desconfiança antes de sairmos por aí “metendo a boca no trombone”. Por outro lado, os artistas evangélicos devem ficar bastante atentos, pois sempre tem alguém com uma filmadora ou celular por perto para registrar o que se faz e o que se fala. Se o apóstolo Pedro tivesse vivido neste século, certamente algumas das bobagens que falou e fêz de cabeça quente já estariam na internet há muito tempo.
Na verdade, o “Youtube” não passa de mais um veículo, como qualquer outro. O que realmente importa, especialmente para música cristã, é e sempre será, o conteúdo. O que devemos fazer com a internet é o mesmo que a Bíblia recomenda para qualquer outra coisa na vida; examinar e separar aquilo que é bom. Não é diferente de qualquer outra mídia, como livros, filmes e CD’s. Cabe ao cristão usar bom senso e separar o joio do trigo, identificar os “lobos em pele de cordeiro”.
Um abraço,
Leon Neto