Mick Jagger, o “pé-frio”

Pois é, a copa acabou com os sonhos de mais um titulo para o Brasil. Não foi dessa vez, mas, daqui a quatro anos tem mais. Claro que fiquei triste com a derrota do Brasil frente à Holanda, mas confesso que não vou ter saudade nenhuma desse time e da filosofia pragmática e defensiva do Dunga.

Não que ele tenha feito um mau trabalho, pelo contrário, acho que dentro de suas limitações, Dunga fez o que pôde. Não dava mesmo para esperar de alguém que passou toda a sua carreira de jogador destruindo jogadas, que fosse injetar criatividade ou ofensividade na seleção como técnico.

Um fato curioso chamou atenção de todos em alguns jogos da fase dos chamados “mata-mata”, ou seja, das oitavas de final em diante. Uma ilustre figura do rock internacional se fez presente em alguns estádios . Aliás, mais do que ilustre, Mick Jagger é uma verdadeira lenda viva do Rock’n roll. À frente dos Rolling Stones por quase 50 anos, Mick Jagger é tão ou mais notório do que qualquer um dos craques que estiveram em campo.

Para nós brasileiros, existe até uma ligação à mais com o cantor, já que ele tem um filho brasileiro, com a apresentadora Luciana Gimenez. E essa foi a nossa desgraça. Sim, porque por alguma coincidência fatídica, em todos os jogos que Jagger esteve presente, seus times perderam. No primeiro, a Inglaterra, sua terra natal, levou uma ensacada de 4 x 1 da poderosa Alemanha; no segundo, ele viu o país de seu amigo Bill Clinton, os Estados Unidos, ser desclassificado pelo modesto time de Gana. E no terceiro, ao lado de seu filho brasileiro, devidamente uniformizado de verde-amarelo, viu o Brasil levar uma virada espetacular diante da Holanda.

Claro que como Cristão eu não acredito nessas bobagens de superstição, mas que foi uma coincidência estranha, isso foi. Na internet já apareceram varias montagens com Mick Jagger vestindo a camisa de diversos clubes nacionais, provavelmente postadas pelas torcidas adversárias, e já tem gente até botando a culpa nele pela desclassificação do time de Dunga. Bobagem; o pobre do Mick Jagger nada tem a ver com isso e foi até bem simpático da parte dele ter ido apoiar o Brasil.

Nessas horas sempre é bom lembrar que futebol e copa do mundo, não deveriam passar de entretenimento para nós torcedores. Tudo bem ficar triste por alguns dias, mas nada que vá além disso.

Copa do mundo nada tem à ver com patriotismo, que deve ser manifesto de formas mais honrosas, como sendo honesto, participando da vida política e social do país e lutando contra a miséria e a corrupção.

Depois de uma derrota dessas, a melhor coisa é mesmo apelar para o bom humor e fazer graça com o resultado. E nisso, nós brasileiros somos realmente inigualáveis. A quantidade de charges e montagens que apareceram na internet logo depois do jogo foi impressionante. Morri de rir com aquela do Dunga indo embora ao som de “eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou…”

Além do mais, nem tudo é tristeza; vocês viram o jogo da Argentina?

Um abraço,

Leon Neto

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