Se estivesse vivo, o ex-Beatle John Lennon seria septuagenário. Lennon foi assassinado de forma brutal e fútil quando tinha pouco mais de 40 anos em um dos episódios mais notórios do inicio dos anos 80.
John Lennon é aquele mesmo que afirmou um dia que os Beatles eram mais famosos que Jesus Cristo e que se envolveu em ativismos políticos contra a Guerra do Vietnã, o que quase lhe causou a deportação dos Estados Unidos, país que escolheu para viver.
Para ser sincero, eu nunca consegui entender a “genialidade” de John Lennon; sempre o achei um musico supervalorizado. Dos quatro Beatles, ele era, na minha opinião, o segundo mais fraco, só ganhando mesmo de Ringo Starr. Em termos de talento individual, certamente Paul McCartney era disparado o melhor, seguido por George Harrison e seus criativos arranjos e solos de guitarra. Claro que a banda viveu um momento mágico, quase que sem precedentes na história da musica pop, e se tornou um fenômeno celebrado por diversas gerações, mas se olharmos apenas para a produção individual de Lennon, vamos ver que a maioria não passa de cançõezinhas fracas com letras bobas e sem grande profundidade.
Aliás, John Lennon sempre foi um músico limitado; sem a parceria com Paul McCartney então, isso ficou ainda mais evidente. Vejam por exemplo a famosa canção “Imagine”, tão adorada pela sua legião de fãs; ô, musiquinha chinfrim! de melodia pobre, harmonia banal e uma letra que parece ter sido feita por um aluno do ensino secundário. Só mesmo a fama que atingiu enquanto nos Beatles pode explicar o fenômeno que Lennon se tornou.
Fico “imaginando”, com o perdão do trocadilho, como estaria John Lennon se não tivesse sido assassinado naquele fatídico 8 de dezembro de 1980. Muito provavelmente não estaria mais casado com Yoko Ono, já que as brigas homéricas do casal não eram segredo para ninguém, e desde o início a relação dos dois foi bem tempestuosa. Seria bem fácil imaginá-lo casado pela décima vez com alguma “patricinha” com um terço de sua idade, como faz a maioria dos milionários do show business. Muito provavelmente também, ele estaria se posicionando publicamente contra a guerra do Iraque e certamente à favor do casamento gay. Talvez até mesmo chegasse ao cúmulo de apoiar os extremistas islâmicos ou a legalização das drogas, das quais ele era consumidor ávido.
Mas acho que de certo mesmo, seria imaginar que ele continuaria infeliz e inquieto, como sempre demonstrou ser durante toda a sua curta vida, sempre procurando alguma causa para defender, projetos para se envolver, mas olhando pouco para dentro de si para ver o que realmente lhe faltava.
Por mais bem intencionado que John Lennon fosse, ele deixou de enxergar que a resposta para suas inquietações interiores estava em estabelecer uma relação pessoal com Deus, que só pode ser atingida através de Jesus Cristo, de quem ele desdenhou no auge do sucesso.
Talvez se ele ainda estivesse vivo, do alto de seus 70 anos e vendo a finitude se manifestar, teria oportunidade de se confrontar com essa verdade mais uma vez e assim se voltar para o criador. Mas, infelizmente ele não teve tempo para isso. A morte veio de forma inesperada como vem para todos, famosos ou anônimos. E tudo o que sobrou foi uma multidão de fãs, que provavelmente irão detestar essa coluna, e um punhado de musiquinhas banais.
Um abraço,
Leon Neto