Considerado um dos maiores grupos de louvor da América Latina, o Renascer Praise esta perto de comemorar 15 anos de existência. Criado em 1993, o grupo contabiliza 13 Cd’s, vários DVD’s, um deles inclusive, gravado ao vivo em Israel.
Independente de se concordar ou não com a linha teológica da Igreja Renascer, a qual o grupo em questão é vinculado, há que se admitir que ao longo de sua caminhada, o Renascer Praise tem crescido em qualidade e lançado boas canções emolduradas em arranjos primorosos. Com o crescimento numérico e econômico da Renascer, o nível de produção dos Cd’s e DVD’s do grupo aumentou bastante e hoje conta com o que há de melhor em termos de recursos humanos e técnicos.
O lançamento mais recente do Renascer Praise, o de numero 13, gravado em outubro de 2006, ficou marcado mais uma vez pela grandiosidade; coral com milhares de vozes, orquestra sinfônica, diversos cantores de renome, e um publico dezenas de milhares de pessoas que lotaram o Ibirapuera em São Paulo. Não é necessário dizer que novamente, o Cd e o DVD “Renascer Praise XIII” foram retumbantes sucessos de venda.
Ás vésperas de iniciar o processo de gravação do próximo Cd e provavelmente DVD, me pergunto se os recentes escândalos envolvendo a Igreja Renascer irão afetar de alguma forma os planos e o bom andar da carruagem do grupo Renascer Praise. Sinceramente, espero que não. Como disse antes, concorde-se ou não com a linha teológica da Igreja, o Renascer Praise tem abençoado a vida de muita gente e ajudado a prover igrejas evangélicas de todas as denominações com canções de louvor de boa qualidade e na maioria das vezes, com coerência teológica.
Pessoalmente, gosto muito de vários dos Cd’s lançados pela banda e tenho utilizado algumas das canções em momentos de louvor, sem o menor problema. Tenho apenas dois comentários negativos; o primeiro em relação ao nome “praise”, já que não faz sentido usar uma palavra da língua inglesa e não sua tradução em português, e a invariável participação da bispa Sônia em muitas das faixas; não tem quem agüente aquela voz insuportável quebrando belas harmonias e “matando” alguns arranjos muito bem feitos; só quem participa da Igreja ativamente é que possivelmente consegue suportar as indefectíveis intervenções da bispa. Mas, fora isso gosto bastante dos Cd’s, e não vejo razão para que outras denominações não possam utilizar suas canções em seus cultos.
Em relação aos recentes escândalos, não me cabe aqui fazer qualquer tipo de julgamento, mas não posso deixar de apontar algumas coisas que tem me incomodado um pouco. Sem querer entrar no mérito da questão, fiquei chocado ao saber que a bispa Sônia e o “apóstolo” Estevão se declararam culpados perante a Corte Americana. Se eles são culpados de fato, então eu esperaria de ministros do evangelho uma outra postura; esperaria que reconhecessem o erro diante de sua congregação, em primeiro lugar.
Todos nós somos passíveis de cometer deslizes, e se fosse esse o caso, seria um ato de grandeza reconhecer um erro e pedir perdão. Nada mais cristão do que isso. Mas, se eles continuam dizendo que não são culpados de fato e que se declararam como tal, como parte de uma estratégia de defesa, aí, na minha opinião a coisa muda muito de figura. Passa a ser uma situação muito mais grave; passa então a tomar os contornos de uma mentira, algo absolutamente incompatível com a fé cristã.
Creio que não é o momento para a Igreja Renascer de espiritualizar uma situação absolutamente humana, mas sim fazer o que qualquer cristão faria nessa ou em qualquer outra situação: falar a verdade, trazer os fatos á tona, falar como diz a Bíblia, o “sim, sim, não, não”, “dar a César o que e de César e a Deus o que é de Deus”.
Espero sinceramente que qualquer que seja o desenrolar dessa história toda, o evangelho seja honrado no final e que o nome de Cristo continue a ser pregado e proclamado nos templos da Igreja Renascer. Todos nós, evangélicos perdemos quando um escândalo como esse vem á tona. Podemos ter muitas diferenças teológicas e doutrinárias entre as diversas denominações; mas o nosso inimigo, é um só.
Um abraço,
Leon Neto