Um Oscar acima da média

A festa do Oscar 2010 foi sem dúvida a melhor dos últimos anos. Sem aquele chato do “Wolverine” Hugh Jackman ou a sem graça da Ellen DeGeneres apresentando e com bem menos daqueles números musicais intermináveis, foi uma festa enxuta e simpática. Os dois apresentadores, Steve Martin e Alec Baldwin, se não foram brilhantes, pelo menos trouxeram de volta o humor simples e despojado para a festa e conseguiram emplacar algumas piadas bem engraçadas.

Mas o melhor de tudo, sem dúvida foi a consagração de “The Hurt Locker” (me recuso a chamar o filme pelo seu infame título em português “Guerra ao Terror”). Com seis estatuetas, “The Hurt Locker” conquistou os prêmios de melhor direção e melhor filme, além de melhor edição de som, mixagem e edição.

Todos, inclusive este que vos escreve, achavam que domingo seria a noite de James Cameron e seus alienígenas azulados de “Avatar” abocanharem todos os prêmios e da consagração da volta das superproduções nesses dias de crise mundial. Mas, pelo bem do cinema e das artes, a academia de Hollywood resolveu ir na contramão da história e premiar um filme que foi fracasso de bilheteria nos cinemas. E como isso é algo muito raro na industria norte-americana, foi um barato enorme acompanhar a longa festa de mais de três horas de duração.

Outras premiações merecem destaque, como a vitória do filme argentino “El Secreto de Sus Ojos” como melhor produção internacional, segundo Oscar da historia para o cinema argentino, que já há um bom tempo fazia por merecê-lo, e a simpática Sandra Bullock ganhando o seu premio por melhor atriz. Claro que todos sabem que Meryl Strip e Helen Mirren são muito melhores que Bullock, mas achei o prêmio merecido pelo esforço dela em diversificar suas atuações e buscar algo mais que uma simples comédia romântica. Além disso, poucos em Hollywood são tão gente boa como ela; Sandra até cmpareceu ao prêmio “Framboesa de Ouro”, que elege os piores do ano, para receber a estatueta de pior atriz! Foi um barato.

Mas o melhor da noite foi mesmo ver a consagração de “The Hurt Locker”e sua exuberante diretora, Katheryn Bigelow. A cada prêmio que saia eu vibrava lá em casa. E quando ela finalmente ganhou o prêmio de melhor diretora, pela primeira vez na história uma mulher recebendo essa honraria, foi a cereja no pudim. Nada tenho contra James Cameron e “Avatar”, que curti bastante, mas é bom ver de vez em quando a qualidade artística ser privilegiada no Oscar.

O cinema e todos nós agradecemos.

Um abraço,

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