Uma portaria da Justiça Eleitoral em Imbituva (174 km de Curitiba) levou a Igreja Católica a cancelar 13 das 21 festas religiosas programadas para acontecer até o mês de outubro no município.

De acordo com o pároco Leocádio Zytkowski, as demais festas também deverão ser suspensas.

No documento, a juíza Deisi Rodenwald recomenda que os eventos sejam comunicados à Justiça Eleitoral com antecedência ou adiados para evitar que candidatos atraiam eleitores com o “pagamento de vantagens como bebidas, alimentos e brindes”.

Segundo a juíza, as festas não estão proibidas, nem precisam de autorização para serem realizadas, mas de uma comunicação ao Cartório Eleitoral com antecedência. “O objetivo é garantir a lisura e a transparência do processo eleitoral”, afirma a magistrada.

Segundo ela, os organizadores das festas serão responsabilizados por possíveis infrações.

O padre Zytkowski, da Paróquia Santo Antonio, disse que a agenda de eventos da igreja, elaborada no final do ano passado, ficou comprometida. “A comunidade tem receio de fazer [a festa] e depois ter que arcar com as multas”, diz.

De acordo com o religioso, a igreja não tem como fiscalizar a ação de candidatos durante as festas. “Se um político pagar uma cerveja para um eleitor a comunidade é que vai ser punida?”, questiona. Ele afirma ainda que não há como transferir datas das festas, já que elas estão ligadas ao dia do padroeiro de cada comunidade.

Para Zytkowski, as festas religiosas fazem parte da tradição, lazer e fé dos católicos e sempre ocorreram, independentemente de eleições. “Tem de fiscalizar e punir políticos corruptos”, diz. Sobre a prestação de contas, ele disse que a igreja faz isso para a comunidade.

A recomendação judicial vale também para os municípios de Ivaí e Guamiranga, que integram a comarca de Imbituva.

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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