Está aberta mais uma temporada de caça ao voto evangélico, um elemento chave em eleições recentes do Rio de Janeiro. Na cidade que tem mais de 1,3 milhão de eleitores identificados com essa denominação, as lideranças religiosas começam a se posicionar na corrida pela sucessão do prefeito Eduardo Paes e os candidatos põem o pé na estrada — ou melhor, nas igrejas — em busca do apoio dos fieis.
[img align=left width=300]http://s2.glbimg.com/6Ghn3gSUPHaTclweqUDgDni6sMU=/700×300/i.glbimg.com/og/ig/infoglobo1/f/original/2016/04/01/pedro_paulo_marcelo_crivella.jpg[/img]Desde o início da semana, circula na internet um vídeo do peemedebista Pedro Paulo Carvalho (na foto à esquerda) segurando uma bíblia, durante visita a um templo da Assembleia de Deus, o Ministério de Madureira, no domingo, dia 4. A igreja, controlada pelos pastores Manoel e Abner Ferreira, é tradicional apoiadora dos candidatos do PMDB em eleições majoritárias no Rio. Outro aliado do partido do atual prefeito Eduardo Paes, o pastor Silas Malafaia, no entanto, mostra-se neutro no primeiro turno da disputa.
Malafaia apoia o candidato a vereador Alexandre Isquierdo, do PMDB, mas reluta em pedir votos para Pedro Paulo, cujo nome permanece colado à acusação, arquivada pelo Supremo Tribunal Federal, de ter agredido a ex-mulher. “Meu foco será o combate aos esquerdopatas Marcelo Freixo (PSOL), Alessandro Molon (Rede) e Jandira Feghali (PCdoB)”, afirma o líder da Vitória em Cristo, outra igreja da Assembleia de Deus no Rio. Recentemente, Malafaia chegou a bater boca na internet com Molon, que criticou as relações próximas entre o pastor e o deputado federal Eduardo Cunha, enrolado em denúncias de negócios escusos. Malafaia respondeu Molon na internet com um vídeo de cinco minutos. “Você nunca deixou de ser petista seu dissimulado”, atacou o pastor.
Do lado do único candidato evangélico, o senador Marcelo Crivella (na foto à direita), o movimento é no sentido de amenizar o impacto de sua alta rejeição no eleitorado em geral fortalecendo os laços com outras igrejas, além da Universal de seu tio, o bispo Edir Macedo. Em junho, Crivella visitou um templo do apóstolo Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, até o ano passado o maior rival de Macedo na disputa por fieis e espaço na TV. “Durante um tempo pensei que ele não gostava mais de mim. Mas quando eu soube que ele quis vir aqui ver vocês, fiquei muito emocionado”, diz Santiago sobre Crivella em vídeo publicado no YouTube.
VEJA apurou que o missionário R.R. Soares também está em conversas para apoiar o senador. Se a aliança dos evangélicos se consolidar, criará uma situação bem diferente da existente na eleição ao governo do Rio em 2014. Marcada pelo debate religioso, a disputa daquele ano uniu os pastores de fora da igreja Universal para impedir que Crivella vencesse o pleito contra Luiz Fernando Pezão (PMDB). A estratégia surtiu efeito. No segundo turno, Pezão venceu Crivella por 56% a 44% dos votos.
[b]Fonte: Veja.com[/b]