A Comunidade Cristã Aliançados, uma igreja evangélica neopentecostal que ganhou notoriedade na década passada em Campo Grande por ofertar um curso de “Cura Gay”, enfrenta um momento de retração significativa em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.
Um documento assinado nesta quinta-feira (28) pelo apóstolo Denílson Cordeiro da Fonseca, líder da comunidade, anuncia o fechamento de 20 igrejas da denominação: 12 no interior do estado e oito na capital sul-mato-grossense.
No próximo dia 9 de dezembro, uma assembleia será realizada para tratar oficialmente do encerramento das atividades das seguintes unidades:
- Terenos (MS)
- Corumbá (MS)
- Dourados (MS)
- Água Clara (MS)
- Anastácio (MS)
- Rondonópolis (MT)
- Jardim (MS)
- Sidrolândia (MS)
- Aquidauana (MS)
- São Gabriel do Oeste (MS)
- Coxim (MS)
- Fátima do Sul (MS)
- Comunidade Cristã Aliançados Young Church, voltada para jovens, em Campo Grande
- Santo Amaro, Campo Grande (MS)
- Moreninhas, Campo Grande (MS)
- Vida Nova, Campo Grande (MS)
- Jardim Imá, Campo Grande (MS)
- Los Angeles, Campo Grande (MS)
Apesar do encolhimento, a matriz da igreja, chamada Aliançados Arena, continuará funcionando. O espaço, que já foi a casa de shows Diamond Hall, tornou-se um templo religioso high-tech, famoso por cultos com telões de LED e equipamentos de som modernos.
Desafios financeiros
Em 2023, a Aliançados enfrentou dificuldades financeiras e teve que devolver um terreno vizinho à sua sede principal, o qual havia comprado da empresa telefônica Tim por R$ 13,5 milhões. Na Justiça, a igreja alegou que não conseguiu obter financiamento bancário porque o imóvel não estava livre de pendências, algo que, segundo o pastor Denílson, não foi informado pela vendedora.
A igreja já havia pago R$ 4 milhões pela área, mas ainda devia duas parcelas de R$ 1 milhão, além de um pagamento final de R$ 6,5 milhões. Na ação judicial, solicitou a rescisão do contrato e a devolução do montante pago sem imposição de multas.
Polêmica da “Cura Gay”
A igreja também ficou marcada pelo polêmico episódio da “Cura Gay” em 2019, quando foi denunciada ao Ministério Público por oferecer um curso chamado “Escola de Cura”. A promessa era de que, após três dias de imersão, os participantes alcançariam a “cura” da homossexualidade.
Dividido em três módulos e custando R$ 970 por pessoa, o curso gerou indignação por violar diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), que retirou a homossexualidade da lista de doenças em 1990, além do Código de Ética da Psicologia, que proíbe práticas que induzam mudanças de orientação sexual.
O caso foi investigado pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, mas a denúncia acabou arquivada.
Fonte: Correio do Estado