A “DeclaraçÃo de Manágua”, tirada do I Congresso da comunidade gay centro-americana, reunida em Catarina, a 35 km de Manágua, pede às instituições religiosas e organizações não-confessionais que ajudem os seus membros a superarem os preconceitos tradicionais e lutar contra a discriminação pela orientação sexual.

O documento distribuído à imprensa nacional solicita a urgente participação de homossexuais nas procuradorias da defesa dos direitos humanos. Também reivindica a revogação das leis que penalizam populações não-heterossexuais do desfrute da plena cidadania, e o urgente desenvolvimento de políticas e programas de governo que garantam a educação, a prevenção e a atenção para com aqueles que vivem com HIV-Aids.

Um dos organizadores do congresso gay, Norman Gutiérrez, do Centro para a Educação e Prevenção da AIDS (CEPRESI) da Nicarágua, disse que os Estados devem respeitar os cidadãos e suas opções, porque, acima de tudo, são pessoas que merecem atenção humanizada.

O representante da Associação Entre Amigos de El Salvador, William Hernández disse que o país registrou mais de 40 crimes de ódio contra a comunidade gay e que só um deles foi investigado, por tratar-se de um cidadão norte-americano.

Javier Medina, da Organização Kukulcan de Honduras, afirmou que a comunidade homossexual de seu país encontra-se de luto pelo crime, há três semanas, de um dos principais dirigentes gay de San Pedro Sula.

Esse crime e outros são praticados, supostamente, por ódio e produto de convicções religiosas adversas à homossexualidade. “Faço um chamado à reflexão às pessoas religiosas e ao governo para que respeitem os Estados laicos”, disse Medina.

O prefeito de Catarina, Erwin Sánchez, opôs-se à realização do evento na cidade, que obteve, contudo, autorização da polícia, que recebeu um abaixo-assinado contendo mil assinaturas de apoio à comunidade gay.

Já a Igreja Batista Centro de Vida coletou 270 assinaturas para um abaixo-assinado contra a realização do encontro na cidade.

A comunidade gay centro-americana entende que a oposição do prefeito foi um claro atentado aos direitos humanos e uma expressão da homofobia institucionalizada, um dos temas analisados no encontro.

Fonte: ALC

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