Um dos palcos da Revolução de 1924 – iniciada por militares em 5 de julho daquele ano e que desaguou, mais tarde, na Coluna Prestes -, a Igreja Nossa Senhora da Glória foi tombada em 9 de dezembro do ano passado pela Prefeitura de São Paulo – a decisão foi publicada no Diário Oficial da cidade do dia 6 de janeiro deste ano.

Localizada no alto de uma colina no Cambuci, no centro da cidade, a igreja oferecia uma visão privilegiada da região e foi ocupada pelos rebeldes que tentavam derrubar o presidente Arthur Bernardes.

Os combates contra as forças legalistas destruíram a torre de ardósia, avariaram o altar e deixaram as paredes perfuradas , segundo informações da Paróquia São Joaquim, responsável pelo local. A igreja faz parte do Conjunto Paisagístico Outeiro da Glória e é considerada um dos pontos iniciais da ocupação daquela área da cidade, afirma o arquiteto Dácio Araújo Benedicto Ottoni, integrante do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da São Paulo (Conpresp) e relator do processo de tombamento do templo.

A construção foi concluída há 138 anos. O Cambuci foi fundado oficialmente há 102. O tombamento inclui a Capela Nossa Senhora de Lourdes, vizinha e anterior à igreja, construída como réplica da homônima existente na França, segundo a paróquia. Nesse caso, só as características externas têm de ser preservadas. Também estão protegidos o exterior da casa paroquial e do salão de atividades da igreja.

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