O Conselho Nacional de Igrejas de El Salvador (CNI) conclamou o governo a ratificar o acordo que define o desaparecimento forçado como crime de lesa humanidade sem prescrição.

Só assim a nação avançaria na aplicação da justiça para os familiares dos mais de oito mil desaparecidos no conflito armado que se estendeu por 12 anos no país.

El Salvador viveu na década 80 do século passado uma guerra civil que deixou mais de 75 mil mortos, oito mil desaparecidos e mais de 1 milhão de feridos. Atualmente, diversos organismos não-governamentais e igrejas impulsionam um processo para a aplicação de justiça em milhares de casos, dos quais o governo reconhece oficialmente só dois mil.

Probúsqueda é uma dessas organizações não-governamental que nos últimos anos acompanhou casos como o das irmãs Serrano Cruz – duas meninas que durante o conflito armado foram raptadas pelo exército nacional.

“Estamos preocupados, porque a prática de desaparecimento forçado ainda persiste neste país. Assim, temos o caso do casal Jorge e Hortensia de Iglesias, advogados de família luterana que foram seqüestrados no 1. de abril de 2006 e que até agora nem a Polícia Nacional Civil, nem a promotoria dão alguma informação a respeito deles”, apontou o bispo Medardo Gómez, da Igreja Luterana Salvadorenha.

Para o CNI, o fato de o governo reconhecer o desaparecimento forçado é uma oportunidade para que em El Salvador se impulsione um processo de justiça e cura integral às famílias que viveram este flagelo.

Fonte: ALC

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