A violência, o terrorismo e a influência crescente de extremistas muçulmanos representam uma ameaça para o cristianismo no Oriente Médio. Em alguns países, os integrantes da impopular minoria cristã já estão lutando pela sobrevivência – ou fugindo para salvarem as suas vidas.

Na Nova Bagdá, o motorista de um microônibus, um xiita chamado Ali, começou a trabalhar às 7h no último domingo antes do Natal. Poucas horas antes, ele recebeu uma ligação de um telefone celular com instruções para pegar cinco passageiros para uma longa jornada para fora da cidade. A voz ao telefone lhe disse que o primeiro passageiro informaria onde estariam os outros e qual seria o destino do grupo. A pessoa também disse a Ali que não falasse nada a ninguém sobre a viagem.

O primeiro passageiro foi um rapaz de 24 anos, chamado Raymon, que estava sentado sobre a sua mala alguns quarteirões adiante. Ele guiou Ali através da sombria zona leste da cidade, onde ter um xiita como motorista é uma tática inteligente. Eles seguiram primeiro para o distrito de Karrada, onde Amir e Fariz embarcaram, e depois para Selakh, onde Wassim e Qarram aguardavam. Às 9h, Ali havia recolhido todos os passageiros e o microônibus deixou Bagdá e deu início à viagem para o nordeste, uma jornada de 350 quilômetros até o Curdistão, a parte do Iraque na qual insegurança é menor.

Os cinco jovens que viajaram no Kia verde de Ali foram os últimos estudantes seminaristas da Faculdade Católica Caldéia Babel a deixar Bagdá. Quatro padres foram seqüestrados desde meados de agosto do ano passado, e dois outros foram assassinados. O padre Sami, diretor do seminário, foi seqüestrado no início de dezembro. A comunidade conseguiu arrecadar US$ 75 mil para comprar a sua libertação, mas após ter hesitado durante semanas, Emmanuel 3º, o patriarca da Igreja Católica Caldéia, decidiu retirar de Bagdá as instituições de ensino da sua comunidade. Ele ordenou a evacuação das quatro igrejas católicas da cidade, do monastério hurmis e da faculdade na cidade vizinha de Dura, mas decidiu ficar em Bagdá como o pastor solitário de uma congregação que diminui rapidamente.

Uma história que remonta ao Império Otomano

O Iraque de hoje ainda fazia parte do Império Otomano quando os católicos do Iraque abriram o seu primeiro seminário. Eles transferiram a instituição de Mosul para Bagdá 45 anos atrás e, em 1991, sem serem incomodados pelo regime de Saddam Hussein, fundaram a Faculdade Babel de Filosofia e Teologia em Dora. A faculdade só existiria por 15 anos, um período diminuto na história da Igreja Católica Caldéia. “Não sei quando ou se nós algum dia retornaremos”, diz Bashar Varda, o homem que o padre Sami escolheu para administrar o seminário.

Os cristão vivem no mundo árabe há 2.000 anos. Eles estavam na região antes dos muçulmanos. O problema atual não é a primeira crise que enfrentam e, comparado aos massacres ocorridos no passado, ele certamente não é o mais grave pelo qual passou o cristianismo no Oriente Médio. Mas em alguns países, esta crise poderá ser a última. Até mesmo o papa, na sua mensagem de Ano Novo, mencionou o “pequeno rebanho” de fiéis no Oriente Médio, que segundo ele são obrigados a viver com “pouca luz e com muita sombra”, e exigiu que eles recebessem mais direitos.

Não existem números confiáveis referentes às minorias cristãs no Oriente Médio. Isso pode ser atribuído em parte à escassez de estatísticas, e também ao clima politicamente carregado em torno da produção de tais estatísticas. O último censo do Líbano foi realizado 74 anos atrás. Saddam Hussein, um sunita que era ele próprio parte de uma minoria, se opunha fundamentalmente à compilação de estatísticas referentes aos grupos étnicos. No Egito o número estimado de cristãos oscila entre cinco e 12 milhões, dependendo de quem faça a contagem.

Devido à ausência de números precisos, os demógrafos têm que se basear em estimativas, segundo as quais os cristãos são 40% da população libanesa, menos de 10% da do Egito e da Síria, entre 2% e 4% da jordaniana e iraquiana e menos de 1% daquela do norte da África. Mas as grandes alterações políticas que atualmente afetam o Oriente Médio provocaram à redução das minorias cristãs. Em Jerusalém Oriental, onde a metade da população era cristã até 1948, o ano da primeira guerra árabe-israelense, atualmente menos de 5% professam o cristianismo. Na vizinha Jordânia, o número de cristãos foi reduzido pela metade entre a Guerra dos Seis Dias de 1967 e a década de 1990. Até recentemente havia apenas 500 mil cristãos ainda vivendo no Iraque, comparados aos 750 mil que moravam naquele país após a Guerra do Golfo de 1991. Wassim, um dos seminaristas que acaba de fugir para o Curdistão, calcula que a metade dos cristãos remanescentes emigrou desde que o Iraque foi invadido pelos Estados Unidos em 2003, sendo que a maioria deixou o país nos últimos seis meses.

Afluência maior

Fatores demográficos aceleraram essa tendência. Os cristãos, geralmente com maior nível educacional e mais afluentes que os seus vizinhos muçulmanos, têm menos filhos. Como a onda de imigração ocorre há décadas, vários cristãos do Oriente Médio atualmente têm parentes na Europa, na América do Norte e na Austrália. Esses parentes os ajudam a emigrar. O nível educacional elevado aumenta as suas chances de obtenção de um visto. Os que deixam o país são em sua maioria membros da elite: médicos, advogados e engenheiros.

Mas existem razões mais profundas por trás do mais recente êxodo: o fim dos movimentos seculares e a influência crescente do islamismo político no Oriente Médio.

Foi Michel Aflaq, um cristão sírio, que fundou o movimento nacionalista baath em 1940, um fator que se constituiu em uma rota de ascensão de carreira para os cristãos até 2003, e que ainda representa uma salvaguarda política para muitos cristãos sírios de hoje. O ex-presidente egípcio Gamal Abd al-Nasser não via problemas em homenagear a Virgem Maria, que teria aparecido no telhado de uma igreja de um subúrbio do Cairo após a derrota do Egito para Israel na guerra de 1967. E o ex-presidente palestino Iasser Arafat, que morreu em 2004, insistia em sentar-se na primeira fileira da Igreja da Natividade, em Belém, durante a missa anual de Natal.

Mas tudo isso é coisa do passado. Os últimos cristãos proeminentes – o membro da Igreja Católica Caldéia, Tariq Aziz, que foi durante vários anos ministro das Relações Exteriores de Saddam Hussein, e Hanan Shrawi, ministro da Educação de Iasser Arafat – desapareceram do cenário político do Oriente Médio. E desde as vitórias eleitorais da Irmandade Muçulmana no Egito, do Hamas na Palestina, da ascensão do Hezbollah no Líbano e das sangrentas lutas pelo poder entre milícias sunitas e xiitas no Iraque, a ilusão de que os políticos cristãos ainda seriam capazes de desempenhar um papel importante no mundo árabe se desvaneceu completamente.

Os cristãos coptas do Egito, cujo número é de no mínimo cinco milhões, são de longe a maior minoria cristã no Oriente Médio. O calendário da Igreja Cristã Copta, que remonta à época de São Marcos, o Evangelista, tem início em 284 DC, ano do ápice da perseguição movida pelos romanos contra os cristãos. O líder espiritual dos coptas é o papa Shenouda 3º, de 83 anos.

Os ativistas coptas reclamam há vários anos da discriminação que sofrem nas mãos do Estado egípcio. Yussuf Sidham, editor-chefe do jornal semanal copta “Watani”, diz que, ao contrário do que ocorreu na década de 1970, atualmente existe pouca violência ostensiva entre muçulmanos e cristãos. “Em vez disso, hoje em dia estamos lutando contra as idéias malucas dos fundamentalistas islâmicos. Existe um fosso cada vez mais amplo separando as forças liberais e as fundamentalistas”.

Quando os egípcios elegeram um novo parlamento em 2005, o governista Partido Democrático Nacional incluiu apenas dois coptas na sua lista de 444 candidatos – e atualmente apenas um membro do gabinete, o ministro das Finanças, é um cristão copta. Sidham critica o partido por promover esse tipo de coisa. “O partido diz que os candidatos foram eleitos devido às suas filiações religiosas. Os coptas têm menos chances. Então por que eles foram lançados como candidatos?”.

Esse tipo de perseguição não se constitui em uma novidade no Egito. Quando as tropas de Napoleão avançaram pelo delta do Nilo em 1789 e ocuparam o Egito, elas notaram costumes estranhos. Exigia-se que as mulheres coptas usassem um sapato azul e o outro vermelho. Os homens coptas tinham permissão para andar a cavalo, mas somente com as costas voltadas para a cabeça do animal. Os franceses perceberam rapidamente que os coptas se constituíam na “troisième classe” – os cidadãos de terceira classe. Alguns continuam ainda hoje a se sentir membros deste grupo discriminado.

Quando os cristãos se inscrevem para receber a carteira de identidade no Egito, de vez em quando são registrados como muçulmanos – sem que saibam disso. E depois que o registro se torna o oficial, podem ser necessárias dezenas de visitas às agências governamentais para corrigir o erro.

Durante décadas, conseguir uma permissão para erguer uma nova igreja no Egito se constituiu em um autêntico teste de paciência para os cristãos coptas. Segundo uma arcaica lei egípcia do tempo do Império Otomano, era necessária a aprovação do presidente para um projeto tão insignificante quanto a reforma do telhado da igreja. Hosni Mubarak, o atual presidente egípcio, só aboliu essa lei no ano passado.

As mulheres coptas que trabalham para o governo e se recusam a usar um véu muçulmano são constantemente assediadas, assim como os homens que trabalham na companhia errada. Um funcionário de 31 anos de uma companhia norte-americana de software conta que o seu patrão sofre assédios diários. Segundo o funcionário, o problema do patrão não é ser um mau supervisor, mas simplesmente o fato de ser copta.

E a vida é ainda mais difícil para os cerca de cem muçulmanos egípcios que se convertem a cada ano ao cristianismo. A violência irrompeu em Alexandria em outubro de 2005 após a exibição de uma peça teatral sobre um copta que se arrepende de ter se convertido ao islamismo. Vários manifestantes muçulmanos foram mortos e uma igreja ficou semi-destruída. Para a maioria dos muçulmanos a mudança de religião é um crime grave. Mas para os cristãos que desejam se converter ao islamismo, o governo chegou a criar um canal facilitador. Cerca de mil coptas se convertem ao islamismo anualmente.

Problema para os maronitas do Líbano

Quando missionários cristãos estavam prestes a embarcar em uma missão para converter os sarracenos, São Francisco de Assis disse a eles: “Disse o Senhor: Vejam que eu os envio como ovelhas em meio aos lobos. Não dêem início nem a querelas nem a brigas”. Nada poderia estar mais distante dos pensamentos de Nasrallah Sfeir, 86, do que fazer pregações sobre trabalho missionário. Sfeir, o patriarca dos maronitas, a maior comunidade cristã do Líbano, se depara com um problema inteiramente diferente: o seu rebanho o está abandonando.

Sfeir evita circular pelas ruas tumultuadas de Beirute, preferindo morar em um magnífico palácio de arenito na Montanha do Cedro, onde passou o verão passado durante a guerra com Israel. Atualmente ele ainda sofre as conseqüências disso. Sfeir é um líder religioso e um político. Limusines pretas são estacionadas regularmente em frente à sua propriedade, principalmente aquelas pertencentes a cristãos ricos em busca dos conselhos religiosos e políticos do patriarca.

Os seus visitantes entram em um longo corredor ladeado por assentos ornamentais de madeira. O patriarca maronita tem atrás de si um retrato do papa João Paulo 2º. Ele demonstra cansaço quando um assessor sussurra algo ao seu ouvido. Depois disso, ele fala, com uma voz calma, mas clara, fazendo um discurso duro. Ele critica o Irã e a Síria por abusarem do Líbano, transformando o país em um campo de batalha segundo os seus interesses, e o Hezbollah por ter criado, com o auxílio do Irã, um Estado dentro do Estado. Tais coisas são inaceitáveis, afirma Sfeir. “Nós somos o menor e o mais frágil Estado do mundo árabe!”.

A voz do patriarca fica melancólica quando ele discute as conseqüências da agitação política, especialmente o número crescente de cristãos que atualmente deixam o Líbano. Segundo os líderes da igreja maronita, mais de 730 cristãos emigraram durante a guerra civil libanesa, entre 1975 e 1990, e outros 100 mil deixaram o país no verão passado.

Segundo Sfeir, outras denominações cristãs, incluindo as comunidades ortodoxa grega, católica grega e cristã armênia também estão encolhendo, gerando um declínio da influência política cristã no Líbano. “Isso é algo improvável, mas se o Hezbollah assumisse o poder, os cristãos deste país emigrariam em quantidades ainda maiores”.

Caso isso acontecesse, o Líbano, que tradicionalmente é um refúgio para as minorias, perderia uma das suas mais antigas comunidades religiosas. No século nove, os maronitas, cujo nome é derivado de São Marun, um monge sírio, fugiram para as montanhas do Líbano para escaparem da perseguição muçulmana, e no século 12 eles se agregaram à Igreja Católica.

“Nós conseguimos sobreviver até mesmo às Cruzadas”, diz o patriarca. “Mas agora a guerra está expulsando as pessoas. Elas estão perdendo a esperança. Mas já vimos também acontecer o contrário. Tivemos cristãos chefes de Estado no Líbano desde a década de 1940 – a primeira vez em que isso aconteceu em séculos – e os cidadãos muçulmanos não se opuseram a isso”.

Sfeir se refere ao frágil sistema proporcional de governo do Líbano, segundo o qual o presidente precisa ser um cristão, o primeiro-ministro um sunita e o presidente do parlamento um xiita. Mas o sistema, instaurado em 1945, há muito se tornou obsoleto devido às tendências demográficas. Sfeir também percebe que o equilíbrio de poder se modificou – e não foi em favor dos cristãos.

Esperança na Síria e na Zona Autônoma Curda no Iraque

Atualmente muitos cristãos enxergam um raio de esperança na vizinha Síria. Desde a queda de Bagdá, o regime em Damasco, isolado pelos Estados Unidos, recebeu milhares de refugiados iraquianos. Ao agir dessa forma, ele demonstrou ao Ocidente os méritos há muito esquecidos da doutrina secular nacionalista árabe do Partido Baath. “Ninguém aqui se importa se somos sunitas, xiitas ou cristãos”, diz Farid Awwad, um vendedor de suvenires que deixou o Iraque.

A filha de Awwad, de 12 anos, foi morta em um ataque a uma igreja caldéia em Bagdá dois anos atrás. “Ninguém é capaz de acabar com a nossa dor”, diz ele. “Mas pelo menos aqui podemos viver, e somos tratados como irmãos”.

O número de cristãos que integram o Partido Baath sírio é desproporcionalmente elevado, embora a maioria seja não praticante. A sua presença no aparato governamental, incluindo as forças armadas e as agências de inteligência, não tem precedentes no mundo árabe. O presidente Bashar Assad abriu recentemente uma conferência de associações de leis árabes com o lema: “A pátria é para tudo, mas a religião é um assunto de Deus” – palavras que seriam um tabu, ou mesmo impossíveis, em países onde a influência islâmica é forte.

Na Arábia Saudita, por exemplo, que não conta com uma minoria cristã em si, mas que emprega dezenas de milhares de trabalhadores temporários cristãos do sub-continente indiano e da África, as cerimônias religiosas cristãs são proibidas e punidas com penas severas. Bíblias e crucifixos são rotineiramente confiscados. A polícia religiosa wahhabita, a muttawah, já chegou até mesmo a invadir locais nos quais eram celebrados cultos religiosos.

Outros Estados do Golfo Pérsico são mais liberais, embora a liberdade religiosa no sentido ocidental seja praticamente inexistente em Qatar, no Kuait e nos Emirados Árabes Unidos. A oposição islamita em Damasco, especialmente a proscrita Irmandade Muçulmana, chama os impopulares cristãos do país de “adoradores de um regime sem Deus”.

Só existe uma região no Oriente Médio onde os cristãos gozam de liberdades comparáveis às da Síria: a Zona Autônoma Curda, no norte do Iraque.

Vários partidos cristãos apresentaram recentemente uma legislação incomum no parlamento regional de Arbil, a capital curda. Eles propuseram a criação de uma zona autônoma cristã na parte leste da província iraquiana de Nineveh, terra tradicional dos cristãos assírios que atualmente é em parte controlada pelos combatentes curdos peshmerga. Segundo a legislação apresentada, as minorias cristãs caldéias, sírias e assírias gozariam de um status oficial segundo a constituição – primeiro junto parlamento regional curdo, e depois na Assembléia Nacional em Bagdá.

O plano, que é sério, tem uma chance de ser bem-sucedido. Unidades da Brigada Hamdaniyah, de 750 membros – uma milícia cristã que defende as suas igrejas com as mesmas táticas usadas pelas milícias sunitas e xiitas na área central do Iraque para defenderem as suas mesquitas – já estão patrulhando as ruas de Bartalla, uma colônia cristão de cresce rapidamente, situada 20 quilômetros a leste de Mosul, a capital da regional repleta de violência. Homens barbudos portando Kalashnikovs montam guarda em uma barreira em frente à Igreja Ortodoxa Síria da Virgem Maria. É proibido tirar fotografias do local.

“O que mais podemos fazer?”, pergunta Ghanem Gorges, o prefeito de 43 anos de Karamlis, uma vila caldéia que fica alguns quilômetros ao sul de Bartalla. Homens armados, supostamente mujahedeen da próxima Mosul, entraram a força na cidade quatro vezes no último outono. Duas semanas atrás eles seqüestraram e assassinaram Shakib Paulus, um operador de guindaste de 25 anos de idade, cujo corpo foi encontrado em uma rua de Arbil poucos dias depois.

Quem quer que deseje participar dos cultos na Catedral de São Pedro em Arbil precisa primeiro passar por um guarda que porta uma pistola semi-automática. Um prédio grande e novo, que será usado como dormitório para os alunos da Faculdade Babel que fugiram de Bagdá, foi inaugurado no Natal na área da Catedral, que é cercada por um muro alto.

Na missa de Natal do ano passado, o pastor Sisar não fez o seu sermão em aramaico, a antiga língua da igreja usada pelos cristãos do norte do Iraque, conforme é costume em Arbil. Desta vez a missa foi celebrada em árabe porque, assim como pastor, os 400 homens e mulheres que participaram da cerimônia eram todos de Bagdá.

Sisar finalizou o seu sermão com as palavras: “Barakat Allah aleikum” – “Que o Deus abençoado esteja convosco”.

Fonte: Der Spiegel

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